São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995
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Atividade industrial cresce 0,7% no mês de maio

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O INA (Indicador de Nível de Atividades) de maio, medido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), apresentou um crescimento de 0,7% em relação a abril.
Entretanto, comparado com março deste ano, o índice registra queda de 3,8%. Essa comparação leva a Fiesp a avaliar que a economia está ``perdendo o fôlego", caminhando para a recessão no segundo semestre deste ano.
Segundo Boris Tabacof, diretor titular do Departamento de Economia da entidade, a indústria paulista vive um ``momento de apreensão". ``Os primeiros dados sobre produção e vendas em junho mostram números negativos e sinais de uma forte desaceleração da economia".
A indústria paulista, diz Tabacof, acha que o governo tem de afrouxar o arrocho ao crédito e reduzir os juros, porque ``não interessa a ninguém mergulhar o país na recessão".
A Fiesp prevê a retração da atividade industrial em junho e julho devido a um conjunto de fatores que acentuam a tendência de esfriamento da economia.
Entre eles, o alto volume de títulos em atraso; taxas de juros elevadas; crédito escasso; queda de 0,16% no nível de emprego nas duas primeiras semanas de junho e férias coletivas.
Segundo Tabacof, a expectativa dos industriais é de um segundo semestre com números negativos para o desempenho da produção nos últimos três meses de 95.
Os dados da Fiesp indicam que o INA de maio já teria apresentado queda em relação a abril não fosse a produção recorde, no mês passado, da indústria automotiva.
O levantamento de conjuntura divulgado ontem pela Fiesp revela que o nível de atividade em maio deste ano continua muito acima (expansão de 19,3%) em relação a maio de 94. Tabacof diz, porém, que essa comparação (maio de 95 com maio de 94) não é relevante porque há um ano a economia estava parada na expectativa da introdução do Plano Real.
As vendas reais da indústria cresceram 2,4% em maio em relação a abril, mas a Fiesp não considera que esse resultado indique reversão da tendência de queda.
``O excesso de feriados em abril deste ano pode ter superestimado a queda das vendas reais e, como consequência, apontado um crescimento em maio na comparação com abril", diz Tabacof.

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