São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995 |
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Público infanto-juvenil é o principal alvo
DANIEL PIZA
Livros de inglês e história, por exemplo, ganham versão em CD-ROM em agosto, já para a Bienal do Livro do Rio. Mas, segundo o diretor da divisão de multimídia, Gilberto Mariot, ``em geral não é boa idéia pegar o que foi concebido impresso e fazer uma versão eletrônica". Mariot acha que o CD-ROM obtém melhor resultado quando concebido diretamente para o meio. Isso significa que, como o consumidor é criança, historinhas e clima de ``game" (jogo) são recursos imprescindíveis. É o que a Ática está fazendo com ``A História da Matemática", por exemplo. No CD-ROM, o usuário dispõe de uma ``máquina do tempo" e viaja por países e épocas. ``É perfeito para o meio eletrônico", diz Mariot, ``porque é quase um `game' e sai da fórmula `Era uma vez...'." Outro projeto em andamento é um CD-ROM de literatura brasileira, com texto de Marisa Lajolo, que lança mão do humor. O usuário se credencia na Academia Brasileira de Letras e, à medida que acerta os exercícios, atinge diferentes ``níveis de imortalidade". Mariot conta que o percurso completo da produção -direitos autorais, vídeo, áudio, design, arte final, tiragem e distribuição (de 3.000 cópias)- é caro: custa entre US$ 150 mil e US$ 250 mil. Mas Mariot acha que o público potencial do mercado vai compensar o custo dos CD-ROMs (que têm preço médio de R$ 40 atualmente). ``Calculo que em São Paulo deva haver uns 40 mil usuários de multimídia; no Brasil, uns 200 mil", diz, baseando-se em vendas de algumas revistas no formato de CD-ROM no país. A Globo Multimídia, ciente dos custos e querendo testar o mercado, decidiu começar com importação de CD-ROMs em vez de produção. Já pôs à venda no mercado cinco produtos da empresa americana Dorling Kindersley (DK). São produtos na linha de ``The Way Things Work" (Como as coisas funcionam), que mostra, por exemplo, o funcionamento interno de um telefone. Segundo Heitor Paixão, da Globo Multimídia, os CD-ROMs da DK ``vão nos ajudar a conhecer o mercado e nos ensinar a fazer bons produtos" quando a divisão (futuramente uma empresa) começar sua produção própria. A Globo pensa em versões de livros seus como ``Enciclopédia do Estudante" e ``Guia Prático de Ciências" para 1996. Também estuda utilizar o acervo de imagens da TV Globo para, nas palavras de Paixão, ``explorar a multimídia às últimas consequências". Na Fenasoft (Feira Nacional de Software), em agosto, a Globo Multimídia já terá um estande com os produtos da DK. Todo mundo diz estar ``tateando" as possibilidades. ``Queremos sentir o mercado", diz Lilian Schwarcz, da Companhia das Letrinhas. O primeiro CD-ROM da editora é uma reunião de três livros: ``Um Número Depois do Outro", de José Paulo Paes e Kiko Farkas, ``O Bem-te-vi", de Lalau e Laurabeatriz, e ``Aviãozinho de Papel", de Ricardo Azevedo. A versão traz o texto e as imagens, mais áudio (como vozes de animais) e jogos criados especificamente para os livros. (DP) Texto Anterior: Editoras descobrem mercado de CD-ROM Próximo Texto: Obra de Fellini ganha ``livro eletrônico" Índice |
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