São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995
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Bancada ruralista; Placar; Fluminense e Deus; Pai preconceito; Gancia e Galisteu; Arquitetura; Trabalhadores rurais

Bancada ruralista
``Tendo a Folha do dia 25 publicado o meu nome como integrante da bancada ruralista, venho solicitar a necessária retificação, em virtude de não pertencer ao referido grupo, pois com o mesmo não me identifico, embora respeite muitos dos seus componentes."
Antonio Carlos Magalhães, senador pelo PFL-BA (Brasília, DF)

``Na edição do dia 25/6, a Folha de S. Paulo publica a relação de deputados e senadores que compõem a bancada ruralista. Nela aparece meu nome como integrante, no Senado, da referida bancada. Ocorre que nunca pertenci à bancada ruralista por não concordar com seus métodos e muito menos com suas teses. Defender anistia de dívidas de alguns barões da agricultura é agredir toda a sociedade brasileira, que acabará pagando a conta de dívidas que, em alguns casos, foram contraídas para financiar o luxo e não a produção. Também não posso compactuar com a defesa explícita de interesses particulares de alguns de seus integrantes. Defendo a agricultura e os agricultores, mas minha consciência não admite defender os grandes devedores que, segundo o próprio Banco do Brasil, são pouco mais de 1.200 e responsáveis por 70% da inadimplência do setor junto ao banco. Não dá para aceitar que, enquanto pequenos e médios e até grandes agricultores de fato paguem suas dívidas em dia, mesmo que isso custe a eles a venda de seus bens e muitas vezes até da propriedade, os poderosos escudados pelo poder político continuem devendo e até sendo anistiados. Sou agricultor, fui secretário da Agricultura do Paraná nos dois últimos governos, pago minhas contas em dia e estou na bancada dos que defendem os 99% de agricultores que honram seus compromissos. Por isso, peço para me excluírem dessa relação."
Osmar Dias, senador pelo PSDB-PR (Brasília, DF)

Nota da Redação - A lista com os senadores integrantes da Frente Parlamentar Agrícola foi fornecida à Folha pelo senador Jonas Pinheiro (PFL-MT), coordenador da bancada ruralista no Senado.

Placar
``Considerando a Folha um jornal sério, queremos esclarecer a equivocada notícia que levou como título `Juca Kfouri deixa a revista Placar': 1) não enviamos nenhuma carta à Editora Abril reclamando; 2) não estamos negociando qualquer contrato de televisão com a TVA, pois já existe contrato vigendo até 1997; 3) não faz parte do nosso estilo de trabalho fazer pressões contra quem quer que seja."
Eduardo José Farah, presidente licenciado da Federação Paulista de Futebol (São Paulo, SP)

Fluminense e Deus
``Sinto-me de alma lavada. Não que eu torça pelo Fluminense, mas como resposta às declarações de um certo jogador do Flamengo, que se auto-intitulava `Deus'. A resposta veio em campo. Graças a Deus, o verdadeiro."
Marcos Moreno (Varginha, MG)

Pai preconceito
``Gostaria muito que a sra. Marilene Felinto me informasse que diferença há entre chamar um negro de `nego safado' e uma branca de `loira aguada', expressão usada por ela para se referir a duas atrizes brancas. Na minha humilde ignorância, sempre imaginei que tais expressões fossem gêmeas, filhas do mesmo pai `preconceito' e da mesma mãe `intolerância'."
Sergio Martins (Santo André, SP)

``Estou estarrecida com a coluna `Botando para fora os podres', de Marilene Felinto de 21/5. Infeliz desse menino de rua por estar ali assaltando. Mas mais infeliz seria se soubesse que existem pessoas com o perfil dessa colunista, incapaz até de saber explicar ao seu amigo europeu (um alienado) a existência destes que dormem `feito sacos de lixo nas sarjetas'."
Regina de Oliveira Silva (São Paulo, SP)

Gancia e Galisteu
``Deparei-me com artigo em 17/6, tipo resposta, no lugar da crônica de Barbara Gancia. Parabéns à Folha, que permitiu a Adriane Galisteu se defender das maldades jogadas no ventilador pela antagônica cronista."
Pérsio Leiva (São Paulo, SP)

``Não é preciso conhecer Adriane Galisteu intimamente para saber que está mais para lagarta do que para borboleta. Aprovo tudo que Barbara Gancia escreveu, principalmente os adjetivos. Hoje, após tantas entrevistas, a gente tem a certeza de que suas lágrimas por Ayrton Senna foram de crocodilo."
Elizabeth Morrone (São Paulo, SP)

Arquitetura
``O ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho e o seu secretário do Meio Ambiente Alaor Café permitiram uma brutal e cretina alteração de projeto da minha autoria no Jardim Botânico em 1991. O projeto original de abrigo para o público visitante foi transformado em uma ridícula lanchonete com financiamento da Atlantis e do grupo Jecel -Construção e Colaboração. É lamentável que o próprio Estado tenha a irresponsabilidade de destruir a obra de quem dedicou a sua vida profissional a tal."
Bernardo Castelo Branco, arquiteto (São Paulo, SP)

Trabalhadores rurais
``Esta Folha publicou uma extensa reportagem sobre a CUT no dia 4/6. Lamento, porém, que os dados fornecidos ao jornalista João Batista Natali tenham sido utilizados para manipular as informações. Quando o jornalista fala dos assalariados que compõem a base da CUT, omite o número dos trabalhadores rurais -nada menos que 6.508.118, 36,8% do total dos trabalhadores por nós representados. Essa omissão pode levar a outra interpretação, de que a CUT tem 11 milhões de filiados e não 17,7 milhões, conforme consta do documento entregue ao jornalista. A omissão leva a outro erro: excluindo-se os trabalhadores rurais, os trabalhadores do serviço público saltam de 25,5% para 41% do universo de representação da CUT, superestimando o peso da categoria frente ao restante dos trabalhadores representados. Se o objetivo da comparação era mostrar o peso real dos funcionários de estatais e do serviço público, pergunto-me: os trabalhadores rurais não fazem parte do setor privado?"
Edson Barbeiro Campos, coordenador do Centro de Apoio Logístico da Central Única dos Trabalhadores (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista João Batista Natali - É o representante da CUT quem manipula os dados que ele próprio forneceu. A reportagem se referia exclusivamente ao sindicalismo urbano, conforme o esclarecido com todas as letras. Na área rural, que não possui servidores da administração direta/indireta ou funcionários de estatais, os sindicatos obviamente representam, todos, trabalhadores do setor privado.

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