São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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Empresa prefere mulher negra

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre um candidato negro e um branco -e entre um homem e uma mulher-, a política de contratação adotada pela maioria dos patrões brasileiros sugere a escolha de um homem branco.
Algumas empresas norte-americanas viraram o princípio de cabeça para baixo: contratam justamente o mais discriminado no mercado de trabalho: a mulher negra.
As empresas adotaram o que ficou conhecido como ``ação afirmativa". No Brasil, suas filiais estão seguindo o mesmo caminho, como a Levis Straus do Brasil.
``Se há dois candidatos com as mesmas condições, contratar o menos favorecido no mercado de trabalho", diz Benedito Antonio Pagani, 43, diretor de Recursos Humanos da Levis.
Segundo Pagani, a empresa parte do princípio de que a ``diversidade de raças, sexo, idade e experiência contribui para a criatividade e melhora a produtividade".
Uma das preocupações é evitar a ``discriminação invertida". ``Não queremos passar a idéia de que discriminamos o branco", diz.
Por ser uma confecção, a maioria dos 700 funcionários são mulheres. Mas há poucos negros entre os homens. ``Temos dificuldade de encontrar mão-de-obra especializada entre os negros", afirma.

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