São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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BC atua e puxa cotação do dólar

DA REDAÇÃO

Com dois leilões, o Banco Central (BC) puxou, pela primeira vez, as cotações do dólar dentro da nova ``banda" (limites máximo e mínimo para a variação do preço do dólar). O BC comprou a R$ 0,919 e vendeu a R$ 0,923.
No final do dia, as cotações recuaram. No mercado comercial (exportações e importações), o dólar fechou cotado a R$ 0,918 para compra e a R$ 0,919 para venda.
A atuação do BC mostrou para o mercado que a correção do valor do dólar será feita de forma ``muita lenta", segundo o vice-presidente do Banco Itamarati, Oswaldo de Assis.
Tanto assim que, nos mercados futuros da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as cotações do dólar também recuaram. Os contratos com vencimento em setembro, por exemplo, fecharam ontem com o dólar cotado a R$ 0,949, contra R$ 0,989 no dia anterior.
A correção do valor do dólar, segundo Assis, será feita ``sob controle do BC e sempre a taxa de juros do período será superior a da variação do câmbio".
Isto significa que, em qualquer momento, será sempre melhor ficar aplicado em reais (já que os juros continuarão bastante convidativos) do que em dólar.
João César Tourinho, vice-presidente do Banco Pontual e diretor de captação da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), tem o mesmo entendimento de Assis. ``A variação do dólar vai correr sempre por baixo da variação da taxa de juros."

TBF
Tourinho diz que as medidas adotadas ontem pelo governo para o mercado financeiro no âmbito da desindexação da economia são uma ``tentativa de alongar os prazos das aplicações financeiras".
Com a criação da TBF (Taxa Básica Financeira), o governo sinaliza ao investidor que está garantido o acesso ao rendimento médio dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) para quem optar pela nova alternativa de aplicação de prazo de 90 dias.
Tourinho afirma ter dúvidas sobre o percentual de juros que os bancos vão estar dispostos a pagar na nova aplicação, além da TBF. ``A rigor, os juros deveriam ser negativos", diz.
Ele explica que a maioria das instituições paga mais do que os grandes bancos de varejo (Bradesco, Itaú etc) para captar recursos via CDBs. Esses bancos é que podem puxar a média (a TBF) para baixo.

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sobre o mercado financeiro na pág. 4

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