São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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Promotora veta as 75 crianças nuas de ópera de Bia Lessa

DA REDAÇÃO

A diretora Bia Lessa recebeu anteontem da promotora Kátia Regina Ferreira Lobo A. Maciel um procedimento contrário à participação de 75 crianças nuas -entre cinco e 11 anos- nas cenas finais de sua ópera ``Suor Angelica". O espetáculo tem estréia prevista para hoje, às 20h30, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
``Vou consultar a Procuradoria Geral do Estado e pedir uma liminar para apresentar a ópera sem mudanças", disse Emílio Kalil, diretor do teatro. A peça já foi apresentada em São Paulo, nas mesmas condições, em 1990 e 1992.
``A promotora deu um parecer negativo sem ver a peça. Assim o Rio de Janeiro se torna uma cidade absolutamente conservadora, onde as crianças são massacradas", disse a diretora Bia Lessa.
A promotora baseou-se nos artigos 6º e 17º do Estatuto da Criança e do Adolescente, que trata do respeito à integridade física, psíquica e moral do menor.
A opção apresentada pela promotora -vestir as crianças com malha ou colant cor da pele- não é aceita por Bia Lessa. ``Se as visto, elas deixam de ser anjos e viram crianças. Elas já estão ensaiando nuas. Vesti-las agora sim é que vai causar um trauma em sua formação", disse a diretora.
``Suor Angelica" é uma pequena ópera de um ato que faz parte da ópera ``Il Trittico", de Giacomo Puccini (1858-1924). Completam o espetáculo ``Il Tabarro" e ``Gianni Schicci", dirigidas respectivamente por Jorge Takla e Hamilton Vaz Pereira.

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