São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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Bósnios boicotam enviado especial da ONU

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo da Bósnia passou a boicotar o enviado especial da ONU para a região, Yasushi Akashi. ``Deixamos de falar com ele. Para nós, ele deixou de existir", disse o ministro Hasan Muratovic, responsável pela relação do governo com as Nações Unidas.
Muratovic acusou o japonês Akashi de privilegiar os sérvios da Bósnia. O porta-voz da ONU, Philip Arnold, não quis comentar.
``O senhor Akashi está sempre disposto a negociar com todas as partes. É por isso que ele está aqui e é isso que ele continuará tentando fazer", disse Arnold.
Uma das principais queixas dos bósnios é sobre as negociações secretas entre o comandante das forças da ONU, o francês Bernard Janvier, e os sérvios, durante a crise dos reféns.
Eles dizem também que Akashi não faz o possível para romper o cerco sérvio à capital bósnia, Sarajevo. Os bósnios gostariam que a ONU atacasse os sérvios.
``Temos 20 mil soldados aqui, mas, para o que eles fazem, 500 já seriam suficientes. O que eles fazem?", desafiou o ministro em entrevista ao jornal ``Oslobodjenenje", de Sarajevo.
Outra queixa dos bósnios é sobre os franceses. ``Todos sabem que os franceses vêm sustentando os sérvios desde o começo da guerra. A França deu equipamentos no valor de US$ 2 milhões para os sérvios", disse Muratovic.
Os franceses admitem ter negociado, mas negam ter feito concessões para a libertação de reféns. A maioria dos prisioneiros era composta de franceses.
Os sérvios tomaram reféns militares da ONU depois que a Otan ( a aliança militar do Ocidente) bombardeou alvos dos sérvios.

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