São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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Capitão vai encontrar Fernando Henrique

DA AGÊNCIA FOLHA EM BELO HORIZONTE

Na próxima semana o capitão Harley Alves irá a Brasília, onde deverá ser homenageado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro do Exército, Zenildo de Lucena.
Alves vai passar no máximo 12 dias no Brasil. Após esse período, termina a licença concedida pela ONU. Ele retornará à Bósnia, onde trabalha como observador militar. O capitão disse que se sentia ``bastante aliviado" de estar de volta ao Brasil.
``A experiência que estou tendo (na Bósnia) é muito boa, muito rica. Me considero um privilegiado e não tenho razão para fugir (da guerra). Pretendo voltar para lá e terminar minha missão", disse.
Alves disse que o fato de ter sido feito refém não mudou o conceito que tem dos sérvios nem a imparcialidade que mantém como observador da ONU.
``Os sérvios são uma facção em guerra. Eles lutam por seus interesses e por seus ideais. Todas as partes envolvidas no conflito defendem seus pontos de vista. Não há diferença entre eles", disse.
Alves disse esperar que tudo o que passou e o trabalho desempenhado pela ONU na região sirvam para levar a paz para a Bósnia.
``Representamos para muita gente a diferença entre a vida e a morte. É um trabalho dignificante, porque conseguimos aliviar o sofrimento para muitos", disse.
Sua mulher, Eliane, disse que não irá influenciar o marido na decisão de retornar à Bósnia.
``Apesar de ser muito difícil para mim e para minhas filhas, acho que agora vai ser mais gostoso. O final da missão está próximo e já combinamos um novo encontro, na Europa. Vamos passear bastante", disse Eliane.
Uma festa na casa dos pais de Alves estava prevista para ontem à noite. Os amigos e parentes prepararam um churrasco e comidas típicas de festas juninas.
Hoje, ele vai com a família a Nova Lima (região metropolitana de Belo Horizonte), onde mora. Ele assiste amanhã a um balé, organizado pela escola onde estuda sua filha mais velha.

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