São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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BNDES; Bossa-nova; Grotões; Censura; Ecstasy; Doação de órgãos; Temática; Impostos; Fruição; Banespa; Câmara de São Paulo

BNDES
``É totalmente desprovida de fundamento a matéria publicada pela Folha na edição de 25/6 referente a uma suposta disputa entre o Ministério do Planejamento e o Ministério da Fazenda a respeito dos financiamentos do BNDES. Nenhuma das afirmações ou informações sobre o Ministério do Planejamento é verdadeira. O repórter não procurou o Ministério do Planejamento para conferir o que publicou."
Inácio Muzzi, coordenador de Comunicação do Ministério do Planejamento (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Lucas Figueiredo - A reportagem resultou de um trabalho de apuração de 16 dias. Tentei entrar em contato com o assessor de imprensa do Ministério do Planejamento por duas vezes no dia 23 de junho, entre 17h e 18h. Fui informado de que a ligação seria retornada, o que não aconteceu. Mantenho integralmente as informações publicadas.

Bossa-nova
``No dia 19/6, o sr. André Forastieri, modernoso que só ele, emitiu as suas `50 coisas detestáveis sobre a música brasileira'. Entre suas bobagens usuais, disse detestar bossa-nova e Caetano Veloso. Isso é nada mais que a confirmação da sua ignorância, já manifestada anteriormente, quando se referiu a uma música inexistente de Gilberto Gil: `Expresso 2.000 (?!)'. Na verdade, ele nada entende de MPB."
Everaldo Ferreira da Silva (São Paulo, SP)

Grotões
``O artigo (excelente) de Otavio Frias Filho (Folha, 8/6, pág. 1-2) explica a existência dos grotões neste rico Brasil. E mostra também quem são os interessados em mantê-los."
José Gomes da Silva (Campinas, SP)

Censura
``Ao invés de censurar a música (`Veto aos Paralamas é criticado na Câmara', pág. 1-12 de 27/6), o líder do PFL, Inocêncio Oliveira, deveria agradecer aos autores de `Luiz Inácio (300 picaretas)' pela benevolência no número citado. Quando Inocêncio fala que `o mais sagrado direito é o direito à honra', deveria lembrar que honra ao voto é o que esperamos dos nossos representantes no Congresso. Do fundo do nosso poço, digo, do nosso coração."
Curt Nees (Joinville, SC)

``A atitude do procurador-geral da Câmara, proibindo a execução do poema musical `Luiz Inácio (300 picaretas)', vem, infelizmente, atestar que este país convive com duas constituições: a Constituição Federal e a `Constituição Lucena'. Uma garante o direito de expressão. A outra, reticente, conveniente, legislada em causa própria, garante a perpetuação deste poder que a cada dia mais aliena o povo, roubando-lhe os mais elementares direitos: alimentação, moradia, escola, saúde e expressão."
João Damasceno Ribeiro (Ipatinga, MG)

Ecstasy
``A matéria publicada pela Folha no dia 19/6 sobre a droga ecstasy foi de causar indignação. Sutilmente, foi enaltecido o consumo desta droga, ao ser publicada apenas a opinião de jovens inconsequentes e suicidas. A reportagem disseminou o estímulo ao consumo hediondo do ecstasy, causando danos irreparáveis à sociedade brasileira, a quem a Folha presta serviços."
Juvercino Souza Filho (Barueri, SP)

Doação de órgãos
``Perdoe-me o dr. Silvano Raia. Embora eu seja a favor da doação de órgãos após a morte, não posso aceitar uma lei que obrigue a família a entregar o corpo para estas doações. Se tivéssemos escolas suficientes qualitativa e quantitativamente para todos, não haveria necessidade desse tipo de lei, até porque essa lei faz lembrar os falecidos estados totalitários."
Emerson Barreto (São Paulo, SP)

Temática
``Cony, por favor não nos desaponte, continue nos premiando com sua cultura escrevendo sobre Shakespeare, Goethe, Leonardo, Chaplin, São Paulo e suas epístolas, Machado e até mesmo suas prosaicas cachorrinhas, mas não volte a falar de Serra, Malan, Serjão, FHC e do neoliberalismo, como prometido no encerramento do seu `Obras menores' de 21/6."
Carlos Eduardo Pompeu (Limeira, SP)

Impostos
``Quando se pede a volta do IPMF, tem-se aí a imagem do nosso governo. Em nada muda esta imagem, que de há muito nos perturba. Sempre mais e mais impostos, sem nunca se combater as causas da falta de recursos para áreas prioritárias de qualquer governo."
Roberto Gomes Caldas Neto, presidente da Associação Brasileira de Defesa do Contribuinte (São Paulo, SP)

Fruição
``Foi um prazer ler a reportagem `A. Tàpies chega ao Brasil com intimismo e violência', de Daniel Piza, original e de inteligente abordagem crítica. Colocamo-nos na posição de leitores, que regularmente somos, da Ilustrada e fruímos com muita satisfação as informações recebidas."
J. Peter Cohn (São Paulo, SP)

Banespa
``Não se pode defender o status do que já têm alegrias e não as tristezas dos 2 milhões de mendigos, como citou o prefeito de São Paulo. O governo Covas não contribuirá com o resgate se endividar o Estado com o elefante Banespa ou não usar os bancos privados para salvar os paulistas. Hoje o Banespa destrói a população paulista e sua cresce R$ 1 bi a cada 70 dias. Como o secretário de Planejamento quer pagar juros ao BC e os impostos passam a ser para agiotagem, parece que nunca residiram debaixo das pontes, como os mendigos, mesmo que todos sejam iguais de direitos e perante a lei."
Julio Martins de Carvalho (Assis, SP)

Câmara de São Paulo
``Escrevo para esclarecer e contestar informações da reportagem `Adiada 2ª votação do trem da alegria', assinada por Cláudio Augusto e publicada na edição de 22/6. À parte a descortesia de Cláudio Augusto, que se intrometeu na entrevista que eu concedia à repórter de outro jornal e desabusadamente tentou obrigar-me a permanecer no local para prestar-lhe informações, devo esclarecer alguns fatos. O PT defende a contratação de assessoria técnica qualificada para fortalecer as lideranças partidárias e as comissões temáticas da Câmara Municipal. As contratações têm que ser feitas por concurso, mas o preenchimento de cargos de confiança (como o próprio nome indica) não pode seguir aquele critério. Postas essas condições, vê-se claramente que não se trata de nenhum `trem da alegria', mas de um projeto proposto pela Mesa da Câmara e que contou com a aprovação unânime das lideranças e dos 55 vereadores paulistanos de todos os partidos. O PT foi o primeiro partido a propor (desde maio) a implantação de assessoria técnica qualificada de lideranças, integrada por profissionais especializados, para fortalecimento dos partidos. O prazo mínimo de 48 horas entre a votação de um projeto em primeira e segunda discussões foi uma alteração recente introduzida no Regimento Interno da Câmara por iniciativa do PT e serve exatamente para permitir ajustes e alterações após a primeira votação e um aprimoramento da matéria em segunda e definitiva votação."
José Mentor, vereador e líder do PT na Câmara Municipal de São Paulo (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Cláudio Augusto - Se é descortesia fazer perguntas sobre um projeto que cria cargos de confiança e foi votado sem ter sido publicado no ``Diário Oficial", o que contraria o Regimento da Câmara, confesso que a cometi. O vereador não apontou nenhuma falha objetiva na reportagem.

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