São Paulo, sábado, 1 de julho de 1995
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Estímulo à modernização

Parece claro que a tendência de déficits comerciais é bem mais forte do que as previsões iniciais do governo. Desde o início do ano a expectativa de reequilíbrio da balança comercial tem sido frustrada a cada fim de mês. E, como não é possível manter essa situação deficitária por muito tempo, é necessário privilegiar as importações essenciais.
Nesse sentido, foi positiva a redução da alíquota de importação de 265 tipos de máquinas e equipamentos sem similar nacional, promovida nesta semana pelo governo. A modernização do parque industrial torna o país mais produtivo e dá às empresas melhores condições de competir no mercado.
Ainda que a ampla liberalização do comércio deva ser um objetivo sempre presente, a atual situação das contas externas do país impõe limites à entrada maciça de bens de consumo supérfluo.
Os aspectos favoráveis da competição externa são inegáveis: ela inibe a ação dos que procuram manter seus preços altos e beneficia o consumidor. Mas a abertura comercial, assim como qualquer outra política econômica, precisa ser dosada e administrada de acordo com as condições reais do país. Assim, o crescimento saudável das importações depende da conquista de novos mercados pelos exportadores brasileiros.
Desonerar a importação de máquinas e equipamentos é um importante instrumento de apoio à modernização da estrutura produtiva e à realização de novos investimentos. E a construção de uma indústria mais competitiva é o alicerce para uma política equilibrada de inserção do Brasil no mercado mundial. A recente queda de alíquotas para bens de capital foi um passo na direção certa.

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