São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995
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Carro e telefone perdem valor com o Real

Um dos maiores impactos do Plano Real sobre preços ocorreu com os telefones e carros usados.
De julho de 94 a junho de 95, houve queda nominal dos preços médios nesses setores. Em um ano, carro e telefone ficaram mais baratos.
Com base em cinco modelos de carros pesquisados pelo Datafolha, quatro deles 91 e um 86, o último Fusca da série antiga, o preço médio caiu 5,09% em 12 meses: de R$ 8.197,80 para R$ 7.780,20.
O mesmo não aconteceu com os modelos novos. Subiram menos que a inflação média, mas subiram, embora com percentuais distintos.
O Gol CL teve alta de 34,76% e o Escort L, 18,11%, enquanto o Monza GLS, modelo mais caro, caiu 5,57%.
A desvalorização dos usados está dificultando a troca por um novo. As concessionárias precisam pagar todo o preço do novo para a montadora e recebem um usado com mercado fraco. Como o usado pode ficar encalhado no estoque, o preço oferecido é muito baixo.
Entre dez linhas telefônicas bem comercializadas no mercado informal de São Paulo, também pesquisadas pelo Datafolha, o preço médio caiu de R$ 4.304,36 para R$ 3.970,74 em 12 meses. Uma queda nominal de 7,75%.
Às vésperas do lançamento do real, há um ano, os preços tiveram forte valorização, que não se sustentou nos meses seguintes. Agora, o desaquecimento da economia (afetando pequenas empresas) e a onda de calotes tendem a elevar a oferta e frear os preços.
Nos mesmos 12 meses, os apartamentos lançados em São Paulo subiram, em média, 22,50%, mostram as pesquisas do Datafolha. Por região e bairro há grandes disparidades, embora haja também a influência do padrão dos imóveis.
As aplicações financeiras bateram a alta de praticamente todas as despesas de um orçamento doméstico e dos preços de ativos reais. Mas perderam, por exemplo, do aluguel e serviços prestados por profissionais liberais, como os médicos (ver gráfico acima).

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