São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995
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Microempresa movimenta setor de festas

PATRÍCIA CERQUEIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Pensar que apenas o bufê é responsável pelo sucesso de uma festa é um engano. Eles estão terceirizando seus serviços para oferecer um produto mais completo e com mais variedade.
É difícil perceber que o serviço -do som, passando pelos salgadinhos e chegando até aos garçons- é terceirizado. Os bufês que organizam casamentos e aniversários enxugaram seus quadros de funcionários para crescer.
Quem tem interesse em entrar nesse setor lucra com a terceirização. Mas nem sempre quem entra nesse negócio tinha essa intenção.
Há três anos, a então comerciante Deborah Sollito Ventura, 32, procurou um bufê para fazer o aniversário de seu filho.
Não gostou de nada que encontrou e decidiu produzir a festa. A iniciativa deu tão certo que hoje faz até 40 festas por mês, especializando-se na decoração da mesa.
``O mercado é lucrativo, mas é preciso investir muito, ter dedicação e criatividade", diz Deborah.
Ela oferece também um pacote completo da festa, incluindo comida e bebida -terceirizadas.
Uma dessas empresas terceirizadas é a de Nair Mello Reis, 65. Ela ``alimenta" eventos há 44 anos com seus doces e salgados para tipos diferentes de festas.
Atingir eventos e festas diferentes é um bom ramo, segundo Edna Queiroz, 36, dona do Naturiche. Seu bufê faz festas de um só tema -afrodisíaca, por exemplo- para casamento, lançamento etc.
Há 11 anos, Edna fazia sanduíches por metro e não imaginava que seria uma empresária. Hoje, tem 18 funcionários e um faturamento mensal de R$ 60 mil. Cerca de 30% ficam com ela.
Edna incrementa as festas com performances dos artistas da Mensagem e Companhia, de Lúcia Vaidergorn, 31. Assim como os artistas, garçons, ``maŒtre" e músicos são terceirizados.
Segundo ela, dá para entrar no setor com R$ 50 mil, sem o salão.
Ana Maria Buairide, 44, consultora de marketing do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) aconselha entrar no mercado de festas com capital próprio.
``Abrir um negócio financiado é arriscado pelos juros altos." Para ela, a empresa não terá problemas se o dono trabalhar muito.
Márcia Marsili, 22, e Marcelo André, 22, donos do No Mundo da Lua, entram nessa observação.
``Fazemos até 52 festas por mês." A empresa existe há dois anos. Márcia decora festas, jantares e bufês infantis, como o Fik & Brink, de Eliane Chagas, 31.
O salão não tem um ano, mas Eliane já comemora suas 17 festas mensais. A casa é alugada e comida e bebida são terceirizadas.
Outra área que pode dar lucro é a de decoração com flores. Há 15 anos, Maria Lina, 50, decora festas. Tem um faturamento mensal de R$ 300 mil. "Fico com 15%.
Festas também são disputadas na área de som e iluminação. Odilon Ribeiro Jr., 46, da MR Produções e Serviços, faz em média 22 festas mensais -de R$ 400 a R$ 4.000 por iluminação e som.
Para fugir da concorrência musical, a DMC Brasil optou por agenciar DJ's (disque-jóqueis).
A empresa tem equipamento próprio e diversos DJ's cadastrados, afirma Camila Fonseca, diretora de marketing da DMC Brasil.
Diego Briganti, 20, começou com 12 anos produzindo o som de sua própria festa. Há seis anos, trabalha com som e iluminação e chega a fazer até 20 festas por mês, cobrando R$ 1.500 por cada.
Outro modelo que pode ser seguido é o da ex-empregada doméstica Benedita Faleiro Baptista, 52. Ela agencia garçons e copeiras.
Benedita precisou completar o orçamento e optou por trabalhar à noite como copeira em festas. Hoje, tem 48 funcionários.
A Casa Branca é especializada em alugar cadeiras e mesas. Tem marcenaria própria e pinta as peças da cor que o cliente quiser.

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