São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995 |
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O cinema e seu fantasma
INÁCIO ARAUJO Quando os seres se desdobram, em Hitchcock, pode ser sinal de uma disfunção psíquica: assim é com Anthony Perkins em ``Psicose". Ou a disfunção está naquele que desdobra o outro ser: assim é o James Stewart de ``Um Corpo que Cai". Obviamente, esses dois filmes inspiram Brian De Palma em ``Irmãs Diabólicas". Mas o andamento é outro. Quando as duas gêmeas põem as mangas de fora, não estamos diante de uma questão de psique, mas de cinema. É o espetáculo que busca sua razão, enquanto o ser se transforma em imagem, em sua própria imagem, em um vazio que se deixa ver. De Palma faz do cinema uma luta pessoal entre esse vazio e a plenitude, o sentido. Ou, se se preferir: entre o vazio da repetição (industrial) e a busca (autoral).IRMÃS DIABÓLICAS (Sisters). EUA, 1973, 93 min. Direção: Brian De Palma. Com Margot Kidder, Jennifer Salt. Na Globo. Texto Anterior: `Faço campanha sem aparecer' Próximo Texto: O preciso e o precioso Índice |
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