São Paulo, domingo, 2 de julho de 1995 |
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O preciso e o precioso
INÁCIO ARAUJO Em ``Ladrões de Bicicletas" um operário encontra emprego depois de muita procura: estamos na Itália do pós-guerra e, sabe-se, a coisa não é sopa. Para mantê-lo, ele precisa de sua bicicleta. Mas, logo no primeiro dia, a bicicleta é roubada. Daí por diante, ele vai rastrear a cidade, junto com o filho. O que conta, então, não é mais o pai, nem o menino. A beleza do filme está na maneira como De Sica consegue destacar a bicicleta do conjunto, elevá-la à condição de objeto precioso, fazer com que o espectador se dê conta de seu valor, partilhe a angústia do operário. De Sica não vai na direção de Rossellini, prefere envolver o espectador emocionalmente, conduzir seu olhar. Mas o conduz sem jogo sujo, sem trapacear com o real. É seu melhor filme.LADRÕES DE BICICLETAS (Ladri di Biciclette). Itália, 1948, 90 min. Direção: Vittorio De Sica. Com Lamberto Maggiorani. P&B. Legendado. Na Cultura. Texto Anterior: O cinema e seu fantasma Índice |
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