São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lições de um empreendedor

MARCELO CHERTO; MARCUS RIZZO

MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZO
Uma das empresas franqueadoras norte-americanas que visitamos recentemente foi a Kwik Kopy, do ramo de gráficas rápidas.
Suas coligadas são a Ink Well (outra rede de franquias do mesmo ramo, recentemente adquirida), a AWT (que faz impressões em grandes volumes) e a Copy Club, uma rede de gráficas que utilizam tecnologia digital de última geração.
Fomos muito bem recebidos pela diretoria da empresa, principalmente pelo fundador e presidente do conselho, Bud Hadfield, que deu um verdadeiro show na palestra que fez para os alunos da Franchising University que estavam conosco.
Um multimilionário de 70 anos, com jeito de motorista de caminhão, sem qualquer pompa ou pose, Bud é um sujeito jovial, capaz de gerar empatia imediata com quem conversa. Seja com quem for. E seja qual for o tema do papo. Mais ainda quando o assunto é a Kwik Kopy.

Sala de jantar
A empresa nasceu em 1967, na sala de jantar da casa de Bud, com o nome de Instant Print.
Naquela altura, ele já tinha 44 anos de idade.
Até então, Bud havia se dado mal em tudo o que tentara. Foi expulso do ginásio. Foi despedido de vários empregos.
Fracassou como criador de porcos, dono de loja de conveniência, de gráfica convencional, de sorveteria, de posto de gasolina, de agência de empregos, de loja de molduras, de loja de fotoacabamento e de fogos de artifício.
Bud sempre considerou o fracasso como um aprendizado.
Como diz, ``todo fracasso é temporário, a não ser que você o aceito como permanente. Aí ele se torna permanente mesmo".
A Instant Print foi seu primeiro negócio de sucesso.
Até que chegou uma notificação, dizendo que a marca Instant Print já havia sido registrada e exigindo que Bud deixasse imediatamente de usá-la.
Ele conta que, naquele dia, chegou em casa disposto a jogar a toalha e disse para a mulher que, mais uma vez, as coisas tinham saído errado.
Nisso ela perguntou se não seria o caso de inventar uma nova marca, que também passasse a idéia de serviços gráficos instantâneos e sugeriu Kwik Kopy, com ``K" no lugar de ``Q" e de ``C".

Investimento
O logotipo (utilizado até hoje) foi desenhado por um amigo do casal, que cobrou US$ 7,50 pelo serviço.
Como diz Bud, foi o melhor investimento que fez na vida. Afinal a Kwik Kopy hoje tem mais de mil franquias espalhadas por vários países. Semana que vem continuamos a falar de Bud.

Marcelo Cherto é diretor da Cherto & Rizzo Franchising. Marcus Rizzo é presidente do Instituto Franchising. Os dois são professores da FGV e da Franchising University.

Texto Anterior: Freios Varga analisa a qualidade na produção
Próximo Texto: Uma obra de arte política
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.