São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995
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`Hoje se dá atenção à obra'

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Jac Leirner, 34, é a mais badalada artista brasileira no cenário internacional dos anos 90. No dos anos 80, chamava bem menos atenção. Fácil entender: ela descobriu sua linguagem na arte conceitual, não na pintura.
Sorte dela. Hoje os pintores-estrelas dos anos 80 precisam gravar discos de música country (como Schnabel) ou fazer filmes comerciais (como Robert Longo) para aparecer na mídia. Pintura voltou a ser marginal, como dizem Senise e Rosa.
Jac, porém, não se considera uma artista-estrela. ``Acho que meu trabalho aparece bem mais do que eu", diz. ``É bem melhor assim, sem dúvida."
Ela se lembra dos anos 80 como ``uma geração de festa", mas acha que a badalação ``é normal na contemporaneidade" e ``em si é vazia, não define o bom ou o mau artista".
``Hoje também há badalação. De outra forma, mas há. Faz parte", diz.
Jac não se considera da Geração 80, porque fazia um trabalho diferente do de seus amigos: não pintava. Por isso, em sua opinião, sua obra ganhou forma e repercussão nos anos 90.
Ela também diz que ainda não viu ``grandes resultados" da arte dos anos 80. ``O mercado oscila, a qualidade vai e vem. Poucos ficaram mesmo."
A quantidade de arte produzida nos anos 80 também não impressiona Jac. ``Isso é assim mesmo. A quantidade não influi na qualidade."
(DP)

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