São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995 |
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`O que eles faziam em um ano, eu fazia em sete'
DANIEL PIZA
Rosa, como Luis Áquila, era professor de muitos da Geração 80. Em 1983 um de seus alunos, Leonilson, o espantou. Nas duas primeiras exposições individuais -no Rio, na galeria de Thomas Cohn, e em São Paulo, na de Luisa Strina- todas suas obras foram vendidas. E para quem? Para os próprios galeristas. Pouco depois, o mesmo Leonilson apresentou Rosa a Cohn, e foi a vez de o professor obter sucesso e conseguir viver de sua pintura. Com algumas exigências, é claro. ``Até então eu via a pintura como uma atividade meio amadora", conta Rosa. ``Mas o que eles (os jovens como Leonilson) produziam em um ano, eu costumava levar sete para fazer." Rosa teve que se adaptar aos novos tempos. ``Como em cada esquina surgia uma banda de rock, aparecia então um pintor que ia a Nova York e voltava fazendo telas de fundo abstrato com uma figurinha na frente", diz, referindo-se à chamada pintura ``neofigurativa" de artistas como Schnabel, copiada pelos jovens brasileiros. (Alguns, por sinal, mantinham bandas de rock, como Rodrigo Andrade.) Apesar de todos os ``excessos", Rosa acha que a Geração 80 teve importância por não deixar a pintura brasileira acabar. ``Foi uma lenha que queimou, mas ela cozinhou um processo", resume. (DP) Texto Anterior: `Hoje se dá atenção à obra' Próximo Texto: `Pelo menos havia debate' Índice |
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