São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995 |
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Salário indireto duplica renda no Congresso
DENISE MADUEÑO
Os deputados recebem o equivalente a R$ 16 mil por mês. Os senadores, a R$ 18 mil. Na semana passada, deputados e senadores intensificaram mobilização por aumento salarial e por mais verbas para seus gabinetes. Considerando o custo total (gastos com salários dos gabinetes), cada deputado custa em média R$ 26 mil por mês, e cada senador, R$ 32 mil. Os deputados e senadores recebem por ano o equivalente a 15 salários de R$ 8.000. Além dos 12 salários mensais, recebem 13º e duas ajudas de custo no mesmo valor no início e no final do ano legislativo. No caso de convocação extraordinária, os parlamentares têm direito a mais duas ajudas de custo -de R$ 8.000 cada- para o trabalho durante os meses de recesso (dezembro, janeiro, fevereiro, julho). Quando há convocações, os congressistas podem ter até 19 salários por ano. Os parlamentares têm direito a quatro passagens aéreas mensais de ida e volta para seus Estados de origem e outra para o Rio. O valor varia de acordo com o local. Em média, sobe em cerca de R$ 3.000 a despesa do parlamentar paga pelo contribuinte. Na Câmara, a verba para a manutenção do gabinete do deputado é de R$ 10 mil. Com esse dinheiro, o deputado pode contratar até 16 assessores. O número de assessores que o senador pode contratar é menor (quatro), mas os salários são maiores. O gasto de cada gabinete com assessores soma R$ 13,6 mil. A cota de gastos com correspondência também é maior no Senado. Os deputados podem gastar até R$ 692,50 por mês com cartas. A cota dos senadores é, em média, 10.741 cartas simples, o que equivale a R$ 1.288,92 por mês, e ainda uma cota para o serviço de entrega rápida. Os senadores têm à disposição um carro com motorista, benefício que não atinge os deputados. A cota de combustível de cada carro é de 30 litros de gasolina ou 39 de álcool, por dia. São mais R$ 462,87, em média, por mês. Os senadores também recebem mais ajuda para habitação que os deputados. O auxílio-moradia pago aos senadores que não ocupam apartamento funcional é de R$ 3.000 por mês. Na Câmara, o deputado sem apartamento recebe R$ 1.700 de auxílio-moradia. A Câmara têm 432 apartamentos para os 513 deputados. No Senado, são 72 apartamentos para os 81 senadores. Os senadores não têm limite com os gastos dos telefones de seus gabinetes. A cota (R$ 118 por mês) vale apenas para o telefone residencial. Na Câmara, a cota mensal de R$ 620,43, em média, inclui os telefones residencial e do gabinete. A Folha não incluiu os gastos com os telefones dos gabinetes dos senadores e com o carro e motorista na elaboração do total gasto. Reajuste Cerca de 350 deputados fizeram abaixo-assinado pedindo a reestruturação dos gabinetes. O primeiro secretário da Mesa, Wilson Campos (PSDB-PE), pretende fazer neste mês o repasse do índice de inflação acumulada com o Plano Real (36,9%). No Senado, Júlio Campos (PFL-MT), segundo vice-presidente, defende que todos os benefícios sejam trocados por verba mensal de R$ 50 mil. Colaborou a Redação Texto Anterior: Suplicy quer copiar projeto do Alasca Próximo Texto: Líder do governo propõe imposto permanente para financiar saúde Índice |
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