São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995
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Gatilho salarial é ``fascista", diz presidente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

FHC atacou ontem a proposta do gatilho salarial defendida pela oposição e pela CUT (Central Única dos Trabalhadores). Para ele, o gatilho representa uma política salarial fascista. O presidente disse ainda que não vai privatizar a Embratel e a Petrobrás.
O gatilho -mecanismo pelo qual os trabalhadores têm reajuste salarial cada vez que a inflação atinge certo patamar- seria, disse FHC, o principal instrumento de servidão dos trabalhadores.
Medida provisória editada na sexta-feira passada acabou com o IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em Real) que corrigia os salários na data-base.
FHC disse que os trabalhadores sempre perderam com os gatilhos salariais e que estariam ganhando mais com a estabilidade da economia. Segundo ele, a política de correção de salários é uma herança do regime militar.
O presidente considerou essa discussão uma batalha ideológica e disse ser preciso vencê-la. Ele também negou que o governo tenha criado a figura do mediador nas negociações trabalhistas.
Aos críticos da MP da desindexação, ele pediu que não fizessem julgamentos apressados e de forma preconceituosa sobre as medidas econômicas.
O tucano reafirmou que não hesitará em tomar medidas impopulares para preservar o Real e disse não pretender elevar os recursos do governo para a área social aumentando os impostos.
FHC defendeu investimentos de outros países, como Argentina e Venezuela, em refinarias do Brasil. Pelas suas contas, o país compra US$ 1 bilhão de petróleo da Argentina. Ele disse ser preciso criar um conselho para definir a política das empresas públicas.
Sobre a redução das taxas de juros, o presidente disse que o Banco Central não consegue rolar a dívida interna no valor total de R$ 70 bilhões sem juros altos. Segundo ele, é preciso antes reduzir esse valor total.

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