São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995
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Polícia sufoca duas rebeliões em cadeias no Estado de São Paulo

DA FOLHA VALE; DA FOLHA ABCD

Duas cadeias do Estado de São Paulo -em Cruzeiro e em São Bernardo do Campo- tiveram ontem rebeliões controladas.
Em Cruzeiro (210 km a nordeste de São Paulo), o motim durou 22 horas. Não houve reféns.
Os presos da cela 1 serraram as grades e, em seguida, quebraram as fechaduras das outras sete celas. A Polícia Militar chegou e impediu a fuga de presos.
O rebelados queriam três dias de banho de sol por semana -um dia a mais que o normal-, ampliação do tempo de duração das visitas, revisão de processos penais e televisão dentro das celas.
O delegado seccional de Cruzeiro, João Batista do Valle, decidiu ontem à tarde atender o pedido de ampliação da visita e prometeu que não haverá represália.
O tempo de visita passou de 30 minutos para 45 minutos. Valle disse que não atendeu os pedidos de banho de sol e TV nas celas por questões de segurança.
Durante a rebelião, os presos ficaram sem água, sem luz e sem comida. Cerca de cem soldados militares ficaram de prontidão, mas não chegaram a entrar.
Em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), 321 presos começaram uma rebelião na cadeia pública da cidade, estourando os cadeados de dez celas.
Havia só um carcereiro de plantão, Marcelo de Souza, 23, que chamou o reforço da Polícia Militar para sufocar o movimento.
"A cadeia tem capacidade para 108 presos, mas está com 321 detentos e um só carcereiro, afirma Gilberto Paulino, 43, encarregado da carceragem.
O diretor da cadeia, Adalberto Henrique Barbosa, 35, afirma que todos os presos da cadeia retornaram às suas celas.
"Agora estamos fazendo uma blitz pelas celas para verificar se há possíveis buracos ou armas."

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