São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995 |
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Secretaria de SP vai criar `RG escolar' para alunos
FERNANDO ROSSETTI
O total é impreciso porque, sem esse cadastramento, a secretaria não sabe -nem nunca soube- quantos alunos realmente estudam em sua rede de 6.800 escolas. Pelo Censo do IBGE de 1991, havia no Estado cerca de 3 milhões de pessoas entre 8 e 12 anos. No mesmo ano, a secretaria matriculou 3,2 milhões de alunos. Ou seja, havia pelo menos 200 mil alunos ``fantasmas". O cadastramento dará a cada estudante da rede um número -o RA, ou Registro de Aluno-, igual ao número do RG (Registro Geral, da carteira de identidade). Quem não tiver ainda carteira de identidade, receberá um número, que será no futuro o seu RG. A escola também entregará fichas para o aluno retirar seu RG nos postos da Secretaria de Segurança Pública -responsável, no Estado, pelas carteiras de identidade, com quem a secretaria fez convênio. Nas redes municipais e na rede privada -que reúnem outros 2 a 3 milhões de estudantes de 1º e 2º graus- o cadastramento também deverá ser feito no segundo semestre letivo deste ano. Todos os dados serão centralizados, primeiro nas 146 Delegacias de Ensino do Estado, que já estão informatizadas, e, depois, na própria Secretaria da Educação. ``É impossível planejar uma rede monstra como essa sem ter dados precisos sobre o alunado", afirma a secretária de Estado da Educação, Rose Neubauer, 51. Os 200 mil alunos ``fantasmas" comprovados em 1991, por exemplo, ocupariam 600 escolas. O causa principal para essas distorções, diz a secretária, é que muitos alunos se matriculam no início do ano em várias escolas, mas só frequentam uma. Como o número usado atualmente para planejamento da rede é de alunos matriculados, surgem distorções. Há também escolas que colocam muitos alunos matriculados por sala -mas poucos alunos reais- para garantir vagas de professores. ``Com o cadastramento, dará para sabermos até quantos alunos estão em cada sala", diz Rose Neubauer. O secretário-adjunto da Educação, Hubert Alqueres, 35, afirma que as fichas terão o nome do aluno, sua filiação, seu RA/RG, endereço, escola, série em que estuda e sala. No futuro, será incorporado o histórico escolar. Até 96, a secretaria pretende investir cerca de R$ 40 milhões para informatizar as escolas da rede e, desta forma, ter sempre dados atualizados do fluxo e desempenho dos alunos do Estado. Texto Anterior: Polícia sufoca duas rebeliões em cadeias no Estado de São Paulo Próximo Texto: Rede estadual adota supletivo pela televisão Índice |
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