São Paulo, terça-feira, 4 de julho de 1995
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Garota é esfaqueada por empregada no RS

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA EM PORTO ALEGRE

A menor M.A., 17, confessou ontem, segundo a polícia, ter matado a facadas a estudante Priscila Bittencourt Silveira, 14, na tarde de domingo.
M.A. é ex-interna da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), órgão ligado ao governo gaúcho, onde trabalha a mãe de Priscila, Elza Bittencourt Silveira.
A família Silveira tratava M.A. como uma filha, segundo a irmã mais velha de M.A, Neiva de Andrade, 27. Neiva disse que, para ela, a irmã negou ter cometido o crime. A delegada Estela Maris Simon, da Divisão para o Menor da Polícia Civil, disse que M.A. confessou ter matado, mas se contradisse sobre o motivo.
Segundo a delegada, numa das versões para o crime, M.A. disse que um rapaz que conhecera a orientou a roubar jóias da casa onde trabalhava e morava havia cerca de sete meses.
Essa hipótese não seria a verdadeira, conforme a polícia, que ouviu o rapaz indicado por M.A. e descartou a idéia.
Para a polícia, M.A. teria matado Priscila por ciúmes, provavelmente após uma discussão entre as duas, que estavam sozinhas.
A mãe da vítima estava de plantão na Febem, onde é monitora, e o pai, Airton Silveira, soldado enfermeiro da PM, também estava trabalhando na tarde de domingo.
Um dos vizinhos disse à polícia ter ouvido gritos na casa, no bairro de classe média de Ipanema (zona sul). Logo depois, M.A. foi à casa de um dos vizinhos e disse que um assaltante tinha invadido a casa e esfaqueado Priscila.
A polícia começou a desconfiar de M.A. porque dois cães da raça fila protegem a casa, que ainda é cercada por grades.
A polícia informou que Priscila, que era filha única, levou uma facada no abdômen e outras cinco nas costas enquanto assistia TV.
Priscila e M.A. se davam muito bem, de acordo com a polícia, que recolheu anotações em diários e agendas sobre um relacionamento afetuoso entre as duas.
A delegada vai pedir à Justiça a internação provisória de M.A.. A Febem recomenda a seus funcionários que não se envolvam pessoalmente com os internos.
A mãe de Priscila empregou a ex-interna M.A. depois que ela já havia saído da Febem.
Segundo uma das diretoras da Febem, Elizabeth Arruda, M.A. apresentou bom comportamento em sua passagem pela fundação, de onde saiu em 14 de julho do ano passado. A menor estava no local por ter sido ``desabrigada" após ter dado à luz um filho.

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