São Paulo, sexta-feira, 7 de julho de 1995 |
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Chevalier é a imagem de Paris
INÁCIO ARAUJO
Vale investir no segundo, não só por Tom Hanks, não só pelo cachorro, mas porque o encontro entre os dois, mais a aventura que vivem, é simpática e bem levada por Roger Spottiswoode (bem acima do padrão das sagas caninas). O melhor do dia, porém, vem bem mais tarde, à 1h40, de novo na Globo. "Gigi" é a história de uma moça preparada pela tia para ser cortesã. O amor surge para desviá-la do caminho previamente traçado. A história se passa em Paris, numa Paris do começo do século, talvez. Ou melhor: uma Paris que parece só ter existido em Hollywood. A sonoridade francesa dos nomes (Caron, Jourdan) ajuda a compor o quadro. Mas o que confere o selo de "autenticidade" a essa reconstituição é Maurice Chevalier, que nada mais faz do que narrar a história, com seu ar bonachão. É como se dissesse todo o tempo: "laisser faire, laisser passer". Ou, mais simplesmente: deixa rolar que em Paris vale tudo. Vale até, numa dessas o amor, que em princípio é visto como uma intromissão indevida na ordem dos prazeres do mundo. É esse ar que se respira em "Gigi". Talvez dizer que seja parisiense seja um exagero. Seguramente é chevaleriano. (IA) Texto Anterior: Bomba! Maluf lança Projeto Pinga Pura! Próximo Texto: NOITE ILUSTRADA Índice |
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