São Paulo, sábado, 8 de julho de 1995
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Orquestras londrinas vivem crise financeira

WILLIAM LI
ESPECIAL PARA A FOLHA

As orquestras londrinas estão em crise, afirma Annie MacKenzie-Young, gerente-geral da Royal Philharmonic, que se apresentou na semana passada em São Paulo.
A situação torna-se mais preocupante quando se leva em conta que Londres é uma das maiores capitais da música no mundo.
Na cidade, são apresentados mais de dez concertos e duas óperas diferentes a cada dia. É a única cidade do mundo a manter quatro orquestras estáveis e mais uma que trabalha com o Royal Ballet. Mesmo assim, elas enfrentam uma grave crise há anos.
Em entrevista à Folha, MacKenzie-Young comenta os problemas das orquestras de Londres.

Folha - Qual é a atual situação das orquestras londrinas?
Annie MacKenzie-Young - A situação atual é consequência do ``Hoffman Report", de dezembro de 1993, a pedido do Arts Council. O relatório tinha decidido reduzir o orçamento das orquestras de Londres e abolir pelo menos uma. O impacto na Inglaterra foi enorme, e o resultado final foi a decisão de manter as quatro orquestras com redução em seus orçamentos.
Folha - De quanta verba dispõem as orquestras londrinas?
MacKenzie-Young - A London Simphony, que está estabelecida no Barbican e é mantida pela prefeitura, dispõe de 1,2 milhão de libras. A London Philharmonic, 1,1 milhão; a London Philharmonia, 700 mil; e a Royal Philharmonic, 300 mil. No entanto, a Royal Philharmonic ganhou espaço próprio no Royal Albert Hall.
Folha - E isso é suficiente?
MacKenzie-Young - De jeito nenhum. Só conseguimos sobreviver graças a subsídios de entidades privadas. Mas, devido à recessão na Inglaterra, nem as empresas podem nos ajudar muito.
Folha - E a Commonwealth não pode ajudar?
MacKenzie-Young - Tanto o Canadá como a Austrália e os outros membros têm suas próprias dificuldades e também estão passando por recessão.
Folha - A crise afeta também as escolas de música, como a Royal School of Music?
MacKenzie-Young - Nossas escolas mantêm seu padrão e sua tradição, mas também elas estão sendo afetadas pela crise.
Folha - A sra. vê uma solução para o problema?
MacKenzie-Young - Sim, acho que a médio prazo poderemos resolver o problema. Só a decisão de manter as quatro orquestras já foi um ponto muito positivo.

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