São Paulo, sábado, 8 de julho de 1995
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Itália condena 2 ex-ministros à prisão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Dois ex-ministros italianos foram condenados ontem por corrupção em uma corte de Roma.
Gianni De Michelis, que foi ministro das Relações Exteriores entre 1990 e 1992, pegou quatro anos de cadeia por ter aceito propinas de empreiteiros em troca da concessão para a construção de uma rodovia na região de Veneto (nordeste da Itália).
O outro condenado é Carlo Bernini, que ocupava a pasta dos Transportes quando De Michelis estava no governo. Ele teria participado da negociação que levou à construção da estrada e deve passar três anos e meio na prisão.
Veneto é a base eleitoral dos dois condenados. De Michelis foi líder parlamentar do Partido Socialista. Já Bernini foi uma das principais lideranças do Partido Democrata Cristão.
Segundo a condenação, ele ganhou o equivalente a cerca de R$ 500 mil em propinas para favorecer empreiteiros.
Ele e Bernini negaram as acusações. Os dois agora esperam o julgamento de um recurso para reabrir o processo, que durou oito meses no tribunal.
A condenação ocorreu no fim de uma semana agitada no meio judicial italiano. O ex-líder da Operação Mãos Limpas, que denunciou e pôs na cadeia diversos políticos e empresários por corrupção, Antonio Di Pietro, foi interrogado por 15 horas. Ele é acusado de favorecer um amigo na escolha de um cargo na polícia de Milão.
Anteontem, estilistas como Giorgio Armani e Giancarlo Ferré tiveram seu julgamento marcado para setembro próximo por suspeita de corrupção.
Eles teriam pago propinas para inspetores da Guarda de Finanças, uma espécie de polícia do Imposto de Renda. Eles também foram acusados por corrupção.
A denúncia das comissões para fraudar o pagamento de imposto dos estilistas se deu no ano passado, quando eles foram levados a depor pela primeira vez.
Berlusconi
O ex-premiê conservador Silvio Berlusconi negou ontem que esteja tentando vender parte de sua rede de comunicações.
Berlusconi enfrenta também acusações de envolvimento com corrupção e está sendo investigado por procuradores da Operação Mãos Limpas.

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