São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 1995
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Tesouro recebe US$ 1,7 bi em seis meses

LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Estados e municípios responderam por 43% das dívidas que o Tesouro Nacional conseguiu cobrar no primeiro semestre de 95. Eles pagaram US$ 742 milhões do total de US$ 1,703 bilhão recebido pela União no período.
Em todo o ano passado, o total recuperado pelo Tesouro foi de US$ 1,704 bilhão.
O secretário do Tesouro Nacional, Murilo Portugal, disse à Folha que é mais fácil cobrar de Estados e municípios do que das estatais e empresas privadas.
``Estatais e empresas não têm transferências constitucionais que podem ser cortadas", disse.
O bloqueio no repasse das verbas dos fundos de participação dos Estados (FPE) e municípios (FPM) é o principal mecanismo usado para evitar o atraso no pagamento destas dívidas.
Isso vem ocorrendo desde que a dívida de US$ 29 bilhões foi renegociada, no final de 1993.
Outra garantia em favor da União que foi estabelecida na rolagem da dívida de Estados e municípios (lei 8.727/93) é a disponibilidade dos recursos da arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, que é estadual) e do ISS (Imposto sobre Serviços, que é municipal).
Caso a dívida deixe de ser paga e a cota do FPE e do FPM não seja suficiente, o Tesouro pode sacar os recursos do ICMS e do ISS.
Segundo Portugal, a União também tem sido mais rigorosa na concessão de avais aos empréstimos do setor público.
É de US$ 70 bilhões o total da dívida dos Estados, municípios, estatais -federais e estaduais- e de empresas privadas junto ao Tesouro Nacional, segundo Portugal.
Trata-se basicamente de empréstimos contraídos no Brasil e no exterior com aval do Tesouro.
A União também tenta receber cerca de US$ 220 bilhões em impostos em atraso ou sonegados.

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