São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bandas baianas fazem carnaval na Suíça

CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A música baiana consolidou sua entrada na Europa. Depois do grande sucesso da Timbalada, no sábado, Olodum, Mel e Asa de Águia comandaram um verdadeiro carnaval na Suíça.
O Montreux Jazz Festival nunca viu uma platéia tão grande como a de anteontem. Enquanto mais de 3,5 mil pessoas pularam no ritmo dos baianos, no Stravinski Hall, outras 2 mil dançaram ao som do acid jazz de Guru e do James Taylor Quartet, no Miles Davis Hall.
A "Bahia Night" foi aberta pelo Olodum, com mais de uma hora de atraso. Sem tempo suficiente para o "sound check", o Olodum enfrentou problemas com o som.
Claro que a grande maioria da platéia, dançando freneticamente ao som dos tambores, nem deve ter percebido. Ainda mais porque, gravando o show para transformá-lo em seu próximo disco, o Olodum apresentou uma seleção de seus maiores sucessos.
A platéia não reclamou nem mesmo quando a banda repetiu alguns números, pensando mais na gravação do que no show -ao contrário, cantou junto. Vibração é o que não vai faltar no disco.
A festa prosseguiu com as bandas Mel e Asa de Águia, que apesar de seus estilos diversos agradaram igualmente à platéia.
Para variar o baticum axé, a Mel exibiu uma boa sacada: um "pout-pourri" de chorinhos eletrificados (como "Brasileirinho" e "Tico-Tico no Fubá"), que arrancou gritos do público, em boa parte formado por brasileiros.
"Vamos carnavalizar a galera, mermão!", gritou Durval Lelys, líder da Asa de Águia, conquistando de cara a platéia com sua fusão de galope e outros ritmos baianos.

Acid jazz
Quem assistiu o mesmo Guru na primeira noite de acid jazz em Montreux, em 93, sentiu a evolução sonora do rapper americano, que acaba de lançar o segundo volume de "Jazzmatazz".
Usando menos "samples" e material gravado, o som de Guru cresceu em suíngue, graças a uma poderosa banda "all star" que inclui o guitarrista Ronny Jordan, o saxofonista Kenny Garrett (ex-Miles Davis) e o baterista Bernard Purdie (ex-James Brown).
Abrindo a noite, o britânico James Taylor Quartet (nada a ver com o cantor americano) mostrou como muitas vezes o termo acid jazz é apenas um novo rótulo para o velho rhythm & blues.

O jornalista CARLOS CALADO viaja a Montreux a convite da Polygram e da Warner.

Texto Anterior: Gilberto Gil toca para 2.600 em Londres
Próximo Texto: SBT estréia ``Sangue do Meu Sangue"
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.