São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995
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Bósnia é `missão impossível', diz ONU

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O secretário-geral da ONU, Boutros Boutros-Ghali, qualificou a função dos soldados da ONU na Bósnia de ``missão impossível", depois da tomada pelos sérvios do encrave bósnio de Srebrenica.
Ele defendeu a permanência das tropas da ONU no local. ``Se elas saírem agora, Sarajevo cairá nas mãos dos sérvios", disse.
Boutros-Ghali negou que vá destituir o representante da ONU na ex-Iugoslávia, Yasushi Akashi.
O presidente francês, Jacques Chirac, afirmou ontem que a França está preparada para retomar Srebrenica se a ONU pedir.
Ele disse que, se a comunidade internacional aceitar a tomada de Srebrenica, nada vai impedir os sérvios de conquistar outras ``áreas protegidas" pela ONU.
Ele disse que as Nações Unidas deveriam mandar a recém-criada Força de Reação Rápida retomar o encrave bósnio.
O secretário-geral da ONU disse que essa força ainda não está pronta para libertar os 30 soldados que estão nas mãos dos sérvios.
O ataque da Otan (a aliança militar ocidental liderada pelos EUA) aos sérvios foi considerado fraco e tardio demais pelo chanceler da Bósnia, Mohamed Sacirbey.
``A Otan se recusa a tomar medidas quando elas ainda podem mudar o rumo das coisas e depois vem dizer que o ataque não serviu para nada", afirmou.
Ele se disse ``traído pelos que disseram que a Força de Reação Rápida mudaria a situação".
Para o secretário da Defesa dos EUA, William Perry, o ataque a Srebrenica deve ser crucial para a decisão de como vai continuar a missão da ONU na Bósnia.
``Veremos se será possível às forças da ONU continuar sendo uma missão humanitária como hoje", disse Perry.
O secretário de Estado dos EUA, Warren Christopher, afirmou que as forças de paz da ONU ainda são a melhor solução para abrandar o conflito.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, se comprometeu a enviar 25 mil homens para a Bósnia como soldados da ONU se as tropas dos outros países forem retiradas.
A Holanda pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para tratar da tomada de Srebrenica.
O comandante dos soldados holandeses no local, Ton Karremans, disse que negociará com os sérvios a retirada de seus soldados, em troca da libertação dos 30 reféns.
O primeiro-ministro britânico, John Major, defendeu os ataques da Otan na Bósnia.

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