São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 1995 |
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Novo Zagallo quer botar pra quebrar
ALBERTO HELENA JR.
A presença de Leonardo no lugar de Zinho significa maior poder ofensivo e mais velocidade no meio-campo, sem que se perca o necessário nível de segurança. Quanto a Edmundo, se conseguir jogar metade do que sabe, sem se perder nos desvãos do temperamento tortuoso, será uma festa. Além do mais, Túlio sempre estará à espreita, no banco, no caso de necessidade. O certo é que jogaremos em cima dos erros da defesa argentina, que é extremamente vulnerável, como já demonstrou nesta Copa América até aqui. Contudo, sempre é um jogo. E, como tal... No sábado, foi mesmo uma decisão. A tal ponto que, no instante da celebração do gol que deu a vitória ao Corinthians sobre a Lusa, no finalzinho do jogo, Marcelinho abraçou-se a Bernardo, berrando: ``Somos campeões!". É cedo ainda. Mas o jogo teve mesmo esse tom, do início ao fim: lusos e alvinegros jogando no erro do adversário. Por isso, ao longo de todo o primeiro tempo, a bola raramente chegava às áreas, embora a Portuguesa, mesmo com três volantes, se posicionasse mais à frente. No segundo tempo, inverteu-se a situação. Mas chance de gol mesmo, irrefutável, teve Roque, cara a cara com o goleiro, que Ronaldo conjurou. Até que o abençoado pé direito de Marcelinho, em cobrança de falta, conferisse à bola tal efeito que ela saiu desviando-se das cabeças inimigas, das mãos de Paulo César, até chegar ao seu destino programado: a testa de Bernardo. E aqui reservo um parágrafo para Bernardo, um volante que vi despontar no Marília, como um clone de Luís Pereira do meio-campo. Teve seu auge no São Paulo, de Cilinho, e, em seguida, mergulhou no ostracismo, embora passasse sem brilho pelo Vasco e pelo Internacional de Porto Alegre. Hoje, é o principal jogador desse Corinthians que assume ares de campeão. Foi um jogaço, com Palmeiras e São Paulo correndo sobre um fio de navalha. Ambos apostaram num jogo mais franco do que o habitual e as chances de gol foram-se acumulando ao longo de toda a partida, de lado a lado. No primeiro tempo, o tricolor foi mais agressivo -mas o Palmeiras, mais insinuante nos contragolpes. Mas, logo no comecinho do segundo, o gol de Rivaldo, um gol de placa, definiu o placar. Mais que isso: apesar de o Mogi estar cercando o caminho do Palmeiras em direção à final, esse resultado sugere uma decisão para entrar na história do futebol paulista. Tudo indica que Palmeiras e Corinthians estarão frente a frente, diante da taça. Traduzindo: ainda que por caminhos tortuosos, está se fazendo justiça. Texto Anterior: AS NOTAS DO PALMEIRAS Próximo Texto: Tango Press Índice |
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