São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 1995
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Norte-americanos são libertados pelo Iraque

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Dois cidadãos norte-americanos presos no Iraque há quatro meses por terem entrado ilegalmente no país, através da fronteira com o Kuait, foram libertados ontem.
William Barloon, 39, e David Daliberti, 41, estavam no Kuait a trabalho e foram detidos no Iraque em 13 de março.
Apesar de afirmarem que cruzaram a fronteira por engano, eles foram condenados a oito anos de prisão por suspeita de espionagem.
O presidente Saddam Hussein os ``perdoou" e ordenou sua libertação imediata depois de encontro com Bill Richardson, 48, deputado democrata norte-americano, que foi a Bagdá para negociar a libertação dos dois.
``Que grande dia", disse Barloon após ter deixado a prisão de Abu Gharib, perto da capital.
Barloon e Daliberti foram levados para a Embaixada da Polônia, que representa os interesses norte-americanos no país.
``Nunca perdi a esperança, nunca desanimei", disse Kathy Daliberti. Ela se dizia surpresa porque não esperava que seu marido fosse libertado tão cedo.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, telefonou para as mulheres de Barloon e Daliberti confirmando a soltura deles.
``Não acredito que toda essa situação está chegando ao fim", disse Linda Barloon.
A partida dos norte-americanos do Iraque, acompanhados por Richardson, estava prevista para a madrugada de ontem com destino a Amã, Jordânia.
``O presidente Saddam Hussein afirmou a Richardson que respondia ao pedido do presidente Bill Clinton, do Congresso e do povo norte-americano", informou a ``INA", agência oficial de notícias do Iraque.
Warren Christopher, secretário de Estado (EUA), desmentiu que Richardson tivesse levado uma carta de Clinton, ou que tivesse prometido suavizar as sanções comerciais impostas ao Iraque.
``O presidente estava informado e apoiava os esforços humanitários de seu bom amigo para trazer de volta os dois norte-americanos", diz comunicado da Casa Branca.
A referência à amizade entre Clinton e Richardson não é gratuita. Com a sua intermediação, Richardson se coloca como o congressista hispânico de maior influência na Casa Branca.
Richardson, eleito pelo Estado do Novo México, vem sendo chamado de o novo Jimmy Carter por suas gestões de paz.
Ele foi um dos últimos a encontrar a dissidente Aung San Suu Kyi, de Myanma, e em dezembro passado conseguiu que a Coréia do Norte devolvesse os restos mortais de um tripulante de um helicóptero que caiu no país.

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