São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Ruralista ameaça com oposição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O coordenador da bancada ruralista na Câmara, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), acusou o governo de não cumprir o acordo com o setor e prometeu oposição nas votações a partir de agosto.
O primeiro alvo da bancada (formada por 140 parlamentares) poderá ser a MP (medida provisória) da desindexação.
A manifestação dos agricultores hoje, em Brasília, conseguiu unir partidos de oposição e governistas.
Apesar do recesso, estão em Brasília o presidente da comissão de Agricultura da Câmara, Alcides Modesto (PT-BA), e os deputados Paulo Bernardo (PT-PR) e Airton Dipp (PDT-RS), que são oposição ao governo e à bancada ruralista.
``Podemos não concordar com tudo que os agricultores reivindicam, mas eles estão com a corda no pescoço e têm toda a razão de se manifestar", afirmou Bernardo.
Marquezelli criticou as declarações do presidente Fernando Henrique Cardoso de que o ``caminhonaço" seria uma manifestação organizada por agricultores inadimplentes junto ao crédito rural.
Ele disse que o governo não liberou os recursos para os agricultores, como previa o acordo feito no final de maio.
Segundo o deputado, do total de R$ 190 milhões prometidos para a compra de sementes, apenas R$ 90 milhões foram liberados.
Marquezelli disse que aos juros de 16% ao ano para empréstimos de até R$ 150 milhões foi acrescida a correção da poupança, podendo somar mais 24% ao ano.
Segundo Marquezelli, a coordenação da bancada ruralista vai se reunir no início de agosto para reavaliar o apoio ao governo. ``O governo tem dez dias para resolver o acordo. Se ele não for cumprido, é possível que a bancada vote contra a MP da desindexação", afirmou.
A assessoria de imprensa do Banco do Brasil informou que o BB tem cumprido as normas determinadas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e tem liberado os recursos disponíveis.
Segundo a assessoria, no dia 23 de junho foram colocados à disposição R$ 526 milhões para o financiamento de operações agrícolas e ontem foram liberados R$ 200 milhões para custeio da safra 95/96.

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