São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995
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Caem vendas de fertilizantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Indústrias de fertilizantes e de agrotóxicos já suspendem as importações de matérias-primas em resposta à queda nas vendas no primeiro semestre.
No caso das sementes, como não dá mais para frear a produção, há empresas que optaram por vender a semente como se fosse grão. Isto é, por um preço 20 vezes menor do que a cotação de mercado.
``Essa situação nos preocupa", diz José Amauri Dimarzio, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes (Abrasem).
Ele conta que há empresas de sementes no Sul do país que encerraram as atividades por falta de recursos para atravessar esta fase de vendas em baixa.
O atraso nas compras por parte dos agricultores é flagrante no milho. Em julho de 94, cerca de 70 mil toneladas de sementes de milho estavam vendidas. Neste ano, o volume encomendado até agora não passa de 30 mil toneladas.
A dívida atrasada da safra 94 dos agricultores junto aos produtores de sementes assusta as empresas. No milho, é de R$ 33 milhões; na soja, R$ 60 milhões. Segundo de Di marzio, esse montante equivale a 15% e 20%, respectivamente, do faturamento de 94. Em épocas normais, não passava de 2%.
``Desde abril, decidimos suspender entre 30% e 45% as importações de matérias-primas usadas na produção de fertilizantes", diz Fernando Sampaio, presidente do Sindicato da Adubos do Estado de São Paulo. As 70 empresas filiadas respondem por 90% da produção de fertilizantes do país.
A outra providência para adequar a oferta ao nível atual de vendas foi reduzir o emprego no setor. No primeiro semestre, o número de trabalhadores nas misturadoras de adubo caiu 4,5%, afirma.

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