São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995
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Sinalizador seria causa de explosão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA SUCURSAL DO RIO

Marinha suspeita que material velho, retirado de dois navios, tenha causado acidente no Rio
A carga de munição e de artefatos pirotécnicos de dois navios, descarregada recentemente na ilha do Boqueirão (baía da Guanabara), pode ter causado a explosão nos paióis da Marinha no Rio.
Segundo a Folha apurou, na ilha do Boqueirão estavam munições desembarcadas dos contratorpedeiros (navios usados em combates contra submarinos) ``Alagoas" e ``Marcílio Dias", que saíram de serviço recentemente.
As munições, incluindo balas para canhões de 127 milímetros de diâmetro, estavam em um paiol de transição para uma inspeção -seriam verificados, por exemplo, danos causados pela maresia.
A Marinha já informou que nos paióis que explodiram havia, basicamente, munições para canhões navais e para armamento leve (fuzis e rifles, por exemplo).
Ontem, a diretoria de Relações Públicas da Marinha disse que a munição e os artefatos (como sinalizadores de neblina) estariam velhos e, por isso, sujeitos a falhas.
Ainda segundo a Marinha, dentro dessa hipótese, é mais provável que a falha que originou a explosão tenha ocorrido nos chamados artefatos pirotécnicos.
Isso porque os sinalizadores, por exemplo, têm o sistema de detonação mais sensível do que o mecanismo empregado na munição (como balas de revólver).
Essa hipótese começou a ser apurada ontem com a abertura do inquérito policial-militar.
O inquérito tem prazo de 30 dias para ser concluído, mas pode ser prorrogado.
Oficialmente, a Marinha não afasta "nenhuma hipótese" para explicar o acidente, disse o diretor de Relações Públicas, capitão-de-mar-e-guerra (equivalente a coronel) Wellington Liberatti.
Outras hipóteses que podem explicar o acidente são curto-circuito no sistema elétrico e ou mesmo sabotagem -considerada "extremamente" remota pela Marinha.
O oficial que conduzirá a apuração é o capitão-de-mar-e-guerra Pedro Augusto de Oliveira.
Ele foi diretor do centro de munição da ilha do Boqueirão e hoje é vice-diretor da diretoria de Obras Civis da Marinha.
A forma de indenização para as famílias que tiveram algum tipo de dano por causa da explosão ainda não foi definida.
Como há explosivos intactos espalhados pela ilha, o local foi isolado e a visita da imprensa, proibida (leia texto ao lado).

* Colaborou a Sucursal do Rio.

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