São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995
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Marinha faz perícia em ilha

DA SUCURSAL DO RIO

Peritos da Marinha começaram ontem a examinar as ruínas dos paióis de munição da ilha do Boqueirão, na baía de Guanabara, no Rio, em busca da causa das explosões ocorridas da tarde de domingo até a manhã de segunda-feira.
Apesar de o diretor de Relações Públicas da Marinha, capitão-de-mar-e-guerra Wellington Liberatti, dizer que é ``extremamente remota" a hipótese de sabotagem, o 1º Distrito Naval adotou medidas de segurança para iniciar a perícia.
Para manter em segredo o trabalho realizado na ilha do Boqueirão, oficiais da Marinha estiveram no Iate Clube Jardim Guanabara (ilha do Governador, zona norte) e ameaçaram cassar a documentação dos barcos que se aproximarem da ilha do Boqueirão.
A área de proteção em torno da sede do Corpo de Fuzileiros Navais (ilha do Governador), principal acesso marítimo à ilha do Boqueirão, também foi aumentada ontem de manhã.
Jornalistas, curiosos e banhistas estão proibidos de ultrapassar faixas estendidas entre árvores e postes na extremidade esquerda da praia do Bananal.
Pela manhã, sete navios da Marinha ancoraram ao redor da ilha do Boqueirão, para a impedir a aproximação de embarcações.

Proibição
O DAC (Departamento de Aviação Civil), do Ministério da Aeronáutica, proibiu também que helicópteros e pequenos aviões sobrevoem a ilha do Boqueirão.
Por intermédio de rádio, o piloto é alertado de que, se não sair da área imediatamente, poderá perder a licença e até ter o aparelho alvejado por fuzileiros em terra.
O 1º Distrito Naval (centro do Rio) recebeu ordem de não divulgar os serviços desenvolvidos na ilha. As informações deverão ser dadas pelo Ministério da Marinha, em Brasília.
A Defesa Civil do Rio continuou ontem a cadastrar imóveis danificados pela explosão. Até as 18h, cerca de 250 casas e prédios tinham sido listados.
A Marinha prometeu ressarcir os moradores que tiveram perdas materiais com as explosões.

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