São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 1995
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Postos vão atender sem frentistas das 6h às 12h

DA REPORTAGEM LOCAL; DA SUCURSAL DO RIO

Intenção é reivindicar aumento médio de 45% na margem de venda
Os postos de combustíveis vão estar atendendo hoje, das 6h às 12h, no regime self-service (o consumidor abastece).
A iniciativa faz parte de protesto organizado pela Fecombustíveis -federação que reúne donos de postos de todo o país.
A federação reivindica reajuste médio de 45% no valor que fica com os postos pelo litro de combustível vendido. O aumento não seria repassado ao preço final.
O self-service pode voltar a ser usado no dia 25 deste mês, no horário das 6h às 20h, caso as reivindicações não sejam atendidas.
A estratégia dos donos de postos é testar o serviço self-service, que deve ser ampliado daqui para a frente para a redução de custos.
``A única saída para o setor aumentar sua produtividade é reduzir o número de frentistas pela metade", diz José Alberto Gouvêa, presidente eleito do Sincopetro, sindicato paulista dos donos de postos.
Hoje os postos empregam 65 mil frentistas no Estado de São Paulo (250 mil no país).

Fraude
O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembléia Legislativa do Rio que apura a sonegação fiscal no Estado, deputado Rubens Tavares (PP), disse ontem que vai pedir a quebra de sigilo bancário de presidentes das cinco maiores distribuidoras de combustíveis do país.
Relatório parcial da CPI estima fraudes de US$ 22 bilhões no comércio de combustíveis desde 1988. O documento já foi entregue ao presidente Fernando Henrique.
A fraude seria facilitada pelo artigo 155 da Constituição, que veda a cobrança de impostos estaduais sobre operações interestaduais de combustíveis e energia elétrica.
Segundo Tavares, que pretende entregar o relatório final a FHC em setembro, todas as grandes distribuidoras de combustíveis, da estatal BR às multinacionais, estão envolvidas na fraude.
Tavares pretende entregar uma cópia do documento ao governador de São Paulo, Mario Covas.
O diretor jurídico do Sindicom (Sindicato Nacional dos Distribuidores de Combustíveis), Paulo Kastrup, afirmou que a CPI não foi criada para investigar a vida dos executivos.
Segundo ele, o Sindicom é contrário ao dispositivo do artigo 155.

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