São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Indústria química vai apoiar IPMF de Jatene Associação do setor fará pressão sobre parlamentares PAULO SILVA PINTO
O ministro Adib Jatene (Saúde) quer a aprovação dessa proposta para cobrir o déficit de sua pasta, em especial no pagamento a hospitais e médicos pelo sistema público de saúde. Seria uma contribuição de 0,25% sobre todas as transações bancárias, como funcionou o IPMF cobrado no ano de 1994. ``Nós não somos a favor de vinculações de recursos, mas achamos que, em alguns casos, como o da saúde, isso se justifica. Não podemos assistir ao ressurgimento de endemias que já estavam controladas, como a tuberculose", disse o vice-presidente da Abifina, João Alexandre Viegas, 42. A entidade vai procurar os parlamentares após o recesso, que termina no próximo dia 31, para defender a aprovação da contribuição social. ``Nós estivemos sempre presentes no Congresso nos últimos quatro anos, nas discussões da Lei de Patentes", afirma Viegas. Ele diz, porém, que a entidade não tem representantes ou lobistas no Congresso. O corpo-a-corpo é realizado em Brasília pelos próprios diretores da Abifina. O apoio à idéia de Jatene foi definido na última reunião da associação, da qual saiu uma declaração formal, escrita. O primeiro passo vai ser procurar outras entidades, como a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) ou a AMB (Associação Médica Brasileira), para elaborar um manifesto conjunto. Viegas, presidente da Labogen, afirma que a Abifina não está promovendo a campanha com interesses econômicos. Segundo ele, apenas 10% dos associados fabricam princípios ativos de medicamentos, podendo, indiretamente, ser beneficiados pelo aumento de recursos para hospitais. "A saúde não pode esperar como outras demandas sociais. A contribuição que o ministro propõe poderia entrar em vigor já em setembro ou outubro", afirma. Segundo ele, a maior parte dos membros da diretoria da Abifina participou da campanha das diretas já, em 1984, e por isso quer envolver a entidade em campanhas de participação democrática. Jatene espera recolher de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões anuais com a contribuição, o que quase dobraria o orçamento livre do Ministério da Saúde (de R$ 6,7 bilhões). Segundo o ministro, o pagamento à rede de assistência superará esse valor, mesmo sem aumento. Texto Anterior: Para Receita, redução de ICMS é ilegal Próximo Texto: FHC vai a Goiás Velho e Anápolis, onde viveram seu bisavô e seu avô Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |