São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 1995
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Sem-terra defendem uso de fazendas de 'caloteiros' para assentamentos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Congresso Nacional dos Sem-Terra, que se realiza de hoje a quinta-feira em Brasília, vai reivindicar que o governo destine à reforma agrária as terras dos ``caloteiros" do Banco do Brasil, em vez de desapropriar áreas de difícil acesso na Amazônia.
``A proposta do ministro é a mesma do MST, mas é preciso que ele saia do discurso ", disse Jaime Amorim, dirigente do MST. Segundo ele, a proposta contra os ``caloteiros" foi apresentada pela entidade ao ministro no início de junho e será cobrada, durante a realização do congresso, em protestos no Ministério da Agricultura e no Palácio da Alvorada.
Em oposição aos produtores, que fizeram na semana passada a marcha ``Não Posso Plantar", os sem-terra querem que os R$ 2,3 bilhões devidos por 1.276 donos de terras sejam aplicados para o assentamento de 200 mil famílias.
A proposta do ministro e do MST foi repudiada pelo presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Antônio de Salvo. ``Isso é demagogia. O ministro quer desviar a atenção da crise agrícola para a reforma agrária, um tema mais simpático à população", disse ele.
Para Salvo, o problema da reforma agrária não é a falta de terras, mas de recursos para montar a infra-estrutura nos assentamentos.

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