São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 1995
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Procurador pede documentos

CLÁUDIA MATTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A documentação sobre a importação de armas pela ABCA, enviada pelo Exército, foi considerada incompleta pelo Ministério Público Federal do Rio.
``É igual àqueles filmes de Hollywood da década de 40. Quando queriam sugerir uma cena de sexo, mostravam o antes e o depois, mas nunca o durante", disse o procurador da República Alex Miranda.
O Ministério Público Federal apura supostas irregularidades na importação das armas, apreendidas pela Polícia Federal no Galeão há três semanas.
Segundo Miranda, o dossiê enviado pelo Exército contém apenas a documentação da fase de requerimento da importação e sua autorização.
No entanto, não há nada que indique por que a importação foi considerada legal, como afirma o Exército -responsável por fiscalizar a importação.
Segundo perícia da PF, há no lote apreendido armas que estão em uso por exércitos de outros países, como o fuzil AK-47. A importação dessas armas por colecionadores é proibida.
Por isso, o Ministério Público solicitou à Justiça Federal a requisição da documentação completa sobre a importação.
Também foi requerida consulta à Aeronáutica para saber se houve permissão especial para que as armas fossem transportadas em um vôo comercial. Isso é proibido pelo Código Brasileiro de Aeronáutica.
Em documentos apreendidos anteontem na ABCA, por determinação judicial, nada de útil para as investigações foi encontrado, segundo Miranda.
O Ministério Público Federal aguarda que a Justiça Federal determine a quebra de sigilo bancário e fiscal da ABCA, de seu presidente, Leonardo Arruda, e da empresa deste, Ethon.
Com informações das contas bancárias e da Receita Federal, espera-se encontrar algum indício de subfaturamento na importação.

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