São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 1995
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E quem está entendendo o velho Lobo?

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, no suspense dos jogos decisivos que vão para o Rosebowl, lá na Califórnia brasileira (citada até no ``The New York Times"), naquele interior onde existe ``saudade de tudo", para citar o poetinha, o futebol vive intensas disputas de bastidores.
Quem vai obter os direitos de transmissão ao vivo dos jogos do Campeonato Brasileiro? A TVA ou a NET/Multicanal? Ou serão as duas? Quem vai abrigar a Copa do Mundo de 2002, Japão ou Coréia do Sul? Não dá para ser os dois.

E quem está entendendo os critérios de convocações do velho Lobo do futebol Zagallo? O Japão e a Coréia pagaram cachê cinco estrelas para os jogos com a seleção brasileira. Nada mal, até contribui um pouquinho para melhorar a balança comercial do nosso Pedro Malan.
Mas um marinheiro me contou que a boa brisa lhe falou que, em troca, o Brasil deveria apresentar o maior número de campeões possível. O mesmo tipo de acordo que Armando Nogueira -com quem estarei no ``Esporte Real"- disse que valeu para a Copa América.
Com essa estratégia de bilheteria, a renovação da seleção brasileira fica prejudicada. O consolo é que, para a Olimpíada, não adianta nenhum acordo para garantir este ou aquele jogador no time: a alíquota para os jogadores mais experientes é bem ao gosto do ministro do Planejamento José Serra, ou seja, limitada.

Armando Nogueira, amigo do botafoguense Otto Lara Resende, pergunta se o Roberto ``Eu Sou Terrível" Carlos é mais importante para o Palmeiras do que as marchas do Souza para o Corinthians.
Respondo que sim. Longe de mim tentar empanar a beleza do futebol do menino Souza -sei lá qual a razão do velho Lobo do fut Zagallo para não tê-lo escalado uma vezinha, só uma vezinha.
Souza é um clássico: dá um ``up grade" no time do Corinthians.
Mas o RC é o RC: talvez o maior jogador do futebol brasileiro neste exato momento, sombreado pelo Juninho.
Em tese, Palmeiras e Corinthians jogam com quatro atacantes. Em tese: porque RC é o quinto atacante alviverde.
Reside na marcação do lado esquerdo do Palmeiras, que tem a movimentação constante de RC e Rivaldo (se os dois jogarem, até domingo tudo é possível), o maior desafio para Eduardo Amorim.

Que murmurem, que me importa que murmurem, como dizia a canção. A mim ``me gusta mucho" a volta da dupla Maradona, ainda que esteja baleado, e Caniggia, ao Boca que também é Junior.

Antes que os jogos finais modifiquem o que foi observado até agora, aí vai a minha seleção do Paulista-95:
Ronaldo (reconheceu a queda e deu a volta por cima), Edinho (eficiente lateral da Lusa), Antônio Carlos e Célio Silva (desculpe a maracutaia, mas os dois estão no meu time) e Roberto Carlos; Alemão (o jovem), Caio (da Lusa, o jogador mais completo do torneio), Giovanni (o maior craque) e Valdo (do Mogi Mirim, uma revelação); Marcelinho (é o maior finalizador, tem maior número de assistências) e Juninho (porque é o Juninho, oras).

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