São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 1995
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Tempo real

CARLOS SARLI

Meu amigo Paulo Lima não aluga fitas de vídeo. Costuma dizer que o que está arquivado já é velho. O que está acontecendo agora, em tempo real, é que interessa.
Quando as primeiras informações a respeito do ``Quiksilver Pro", realizado há quase dois meses, em G-Land, Indonésia, chegaram por aqui, todos ficaram na expectativa das imagens.
Com pouco mais de 200 testemunhas oculares, foi o mais exclusivo e, talvez, o melhor campeonato de surfe de todos os tempos.
Poucos dias depois do término do evento em G-Land, tive a oportunidade de ver o filme que Renan Rocha -o brasileiro melhor classificado na etapa, junto com Jojó de Olivença (quinto lugar)- documentou em sua handcam.
Vi as séries de dez pés com neguinho de frente ou de costas fazendo dois, três e até quatro tubos na mesma onda.
Vi a onda ``dez" que deu o título a Kelly Slater. E tudo em primeira mão, embora a fita revele que filmar não é a especialidade de Renan Rocha.
Logo depois foi a vez de Zezinho, da Quiksilver brasileira, apresentar a fita que iria ser distribuída para as TVs de todo o mundo. Um clipe com cerca de dez minutos, onde revi as principais ondas do evento, com melhor qualidade e boa edição.
Essas imagens foram ao ar no último sábado, no Esporte Espetacular, na TV Globo. O programa merece todo reconhecimento pelo espaço que vem dando ao surfe. Acredito que, atualmente, o esporte só perca para o futebol em frequência e volume no programa.
Acontece, porém, que essas imagens chegaram muito atrasados. O ranking que a Globo apresenta está sempre defasado em uma ou duas etapas e é divulgado como se fosse o atual.
Na semana passada, enquanto almoçava em um restaurante próxima à ``Trip", encontrei um grupo de pessoas que acabava de sair de uma reunião.
Entre eles, estavam Roberto Perdigão, diretor-executivo da Abrasp, Emmanuel Mattos, da Globo, e alguns representantes de surfwear, com Alfio Lagnado, da líder Hang Loose.
O objetivo da reunião foi agilizar a chegada das imagens do Circuito Mundial de Surfe, e também do Brasileiro, para a TV.
Estuda-se também que um cinegrafista brasileiro acompanhe o circuito. Essas imagens seriam distribuídas a todas as emissoras de TV. Agora, só falta o patrocinador do projeto.

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