São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995
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Diretor nega acordo com os petroleiros

DA SUCURSAL DO RIO

O diretor financeiro da Petrobrás, Orlando Galvão Filho, negou anteontem à noite ter participado ou ainda ter conhecimento de qualquer acordo feito entre o governo, a estatal e os petroleiros, no ano passado.
O jornalista Janio de Freitas, em sua coluna de ontem na Folha, revelou que Galvão rubricou todas as páginas do texto original do acordo assinado em Brasília em 10 de novembro passado.
``Não rubriquei nada", afirmou Galvão. À época, ele ocupava o cargo de presidente interino da Petrobrás. ``Não participei de nenhum acordo."
O jornalista Jânio de Freitas publicou em sua coluna documento oficial, com as bases do acordo, onde consta a rubrica de Galvão.
Esse acordo foi revisto sete dias depois, por ordem do então presidente Itamar Franco. No final de novembro, houve novo acordo.
Com base no não-cumprimento desse acordo, os petroleiros fizeram greve de 30 dias, em maio passado. O TST considerou a greve abusiva, porque a Petrobrás alegou que o documento foi feito à revelia da estatal.
O presidente da Petrobrás, Joel Mendes Rennó, teria conhecimento do último acordo, embora não tenha assumido o fato este ano. Em outro documento oficial publicado pelo jornalista Janio de Freitas há a assinatura de Rennó dando conhecimento ao então presidente Itamar Franco dos termos do acordo.
A Folha ligou três vezes para a casa de Rennó, anteontem à noite. Foi deixado recado com a mulher dele, Magali, mas ele não ligou de volta para o jornal.
Na manhã de ontem, a Folha voltou a telefonar para Rennó, às 8h06 e às 8h50. Nas duas vezes, a empregada da casa, que se identificou como Inaldete, disse que o presidente da Petrobrás havia saído ``cedo" e que não tinha hora para retornar.
Até 11h30, Rennó ainda não havia retornado para a sua casa, segundo as informações do porteiro do prédio onde ele mora.
José Lima de Andrade Neto, que assinou o acordo entre a Petrobrás e os petroleiros na condição de superintendente-adjunto do Serviço de Humanos da estatal foi procurado na manhã de ontem.
A empregada da casa, que se identificou como Dora, disse que ele havia viajado na noite de sexta-feira e que só retornaria no final do dia de hoje.
Para negar a autenticidade do acordo assinado em novembro, a Petrobrás alegou que Andrade Neto não tinha autoridade para assinar o documento. A alegação foi acatada pelo TST.

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