São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995
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'É muito chato acordar com dor e não poder trabalhar'

Farmacêutico hemofílico reclama de falta de medicamento

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O farmacêutico e bioquímico Antônio Peppe Júnior, 25, portador de hemofilia do tipo A, teve que tomar o fator 8 várias vezes em 95 para controlar sangramentos em suas articulações.
Para ele, uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos hemofílicos no país é a falta do fator 8 purificado nos hospitais.
Peppe Júnior explica que, quando falta o produto purificado, os hemofílicos recebem o crioprecipitado (derivado de sangue que contém outras proteínas além do fator de coagulação).
``Com o `crio', a gente tem muito mais reações desagradáveis como alergias e calafrios."
Peppe Júnior trabalha em uma farmácia da sua família. ``Outro lado difícil para o hemofílico é conseguir trabalho", diz ele.
``Várias vezes, fui muito bem nas entrevistas e, quando contava que era hemofílico, acabava não sendo chamado." O farmacêutico considera que um hemofílico pode ter uma vida quase normal com algumas limitações.
``É muito chato acordar com muita dor no joelho, não poder trabalhar e ter que depender de outras pessoas para ir ao hospital. A falta de medicação e o preconceito pioram esses dias."
(JB)

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