São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995 |
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Fundação dá atendimento especial para hemofílicos
JAIRO BOUER
O Centro de Hemofilia da Fundação Pró-Sangue funciona com uma equipe multidisciplinar que garante atendimento rápido e integrado a seus pacientes. A hemofilia é a doença hemorrágica de origem genética mais comum em todo mundo. O último levantamento do Ministério da Saúde contabilizou cerca de 5.500 hemofílicos no país -2.200 deles vivem no Estado de São Paulo. A doença é causada pela deficiência de uma proteína (fator de coagulação) fundamental para estancar os sangramentos que acontecem no organismo. Quando alguém se fere pequenos vasos se rompem e há saída de sangue. Em poucos minutos, reações químicas em cadeia formam uma espécie de tampão (coágulo) que interrompe a hemorragia. Os hemofílicos têm falta do fator VIII ou do fator IX (existem 12 fatores). A alteração impede a coagulação e a pessoa pode ficar sangrando por muito tempo. Dependendo do tamanho e do local do sangramento, o hemofílico pode até morrer. Os pacientes são, em geral, do sexo masculino. A hemofilia é notada cedo. Elbio D'Amico, coordenador do Centro de Hemofilia da Fundação Pró-Sangue, diz que os bebês aparecem com manchas roxas pelo corpo, têm sangramentos frequentes pelo nariz e pela gengiva e podem ficar com as articulações inchadas e quentes. O tratamento é feito com o uso do fator de coagulação na vigência dos sangramentos. O fator é aplicado via endovenosa (na veia). Segundo D'Amico, antes de tomar injeções, fazer cirurgias e tratamentos dentários, o hemofílico também usa fator de coagulação. Há duas formas do paciente receber o fator. A mais precária é através do crioprecipitado (ainda empregado em muitos hospitais do país). O sangue do doador é processado e ``descontaminado". Uma fração que contém uma série de proteínas, entre elas os fatores de coagulação, é separada. O produto tem menos fator em maior volume e é mais impuro. O método ideal é a produção do fator de coagulação isolado por meio de processamento industrial do sangue de múltiplos doadores. O medicamento tem mais fator em menor volume e é mais puro. O Centro de Hemofilia tem hematologistas, pediatras, enfermeiras, dentistas, assistentes sociais, psicólogas, ortopedistas e fisioterapeutas. Um médico fica de plantão em dias úteis e, uma vez por semana, o ambulatório atende gratuitamente pacientes agendados. Centro de Hemofilia da Fundação Pró-Sangue - av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 155, 1º. Tel. (011) 851-5544, r. 330. Texto Anterior: Falam demais na hora de agir Próximo Texto: 'É muito chato acordar com dor e não poder trabalhar' Índice |
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