São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995 |
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"Tiro na linha de fogo" "O Presidente tinha cabelos castanhos e a Primeira Dama parecia radiante, com um conjunto rosa e um chapeuzinho redondo. Lee ficou satisfeito por vê-la tão bonita. Por ela mesma. Para as câmeras. Para as fotos que iam entrar nos registros permanentes. (...) O carro batedor branco dobrou, as motos viraram. (...) Tudo era lento e nítido. Ele apoiou-se num joelho, pôs o cotovelo esquerdo nas caixas empilhadas e apoiou o cano da arma na borda da caixa em cima da balaustrada. Mirou a nuca do Presidente. O Lincoln entrou atrás do carvalho, indo a uns 15 quilômetros por hora. Em posição de tiro para a esquerda e a direita. Pela mira, viu o metal do carro brilhar. Disparou por uma abertura na folhagem. Quando tornou a avistar o carro, o Presidente começou a reagir. Lee pegou a alça, puxou o ferrolho para trás. O Presidente reagiu, levantando os braços, os cotovelos erguidos e bem separados. De repente havia pombos por toda parte, desabando dos beirais e fugindo para oeste. A explosão ressoou sobre a praça, plana e nítida. O Presidente fechava os punhos junto à garganta, os braços arqueados para fora. Lee levou o ferrolho à frente, baixou a alça. O Lincoln ia mais devagar agora. Quase parado. Parado, desprotegido, na rua, a 80 metros do elevado. Em posição de tiro na linha de fogo." Extraído do capítulo "22 de Novembro", do livro "Libra" Texto Anterior: "Libra", o dom de escrever Próximo Texto: pai para toda obra Índice |
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