São Paulo, domingo, 30 de julho de 1995
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Petrópolis teve primeiro serviço do Brasil

NELCY DEL GROSSI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A TV por assinatura no Brasil tem oficialmente pouco mais de quatro anos, mas o serviço de TV a cabo existe desde 58 no país, mais precisamente em Petrópolis (RJ).
Foi nessa época que um tenente do exército instalou uma antena no local mais alto da cidade e esticou os primeiros cabos.
O objetivo era levar os sinais das redes abertas às TVs dos moradores, que, em função da topografia muito acidentada da cidade, não eram captados por simples antenas.
O serviço fez sucesso entre a população, gerou empregos e fez de alguns cidadãos empresários de TV a cabo.
Hoje, 26 operadores dividem a cidade em áreas de atuação e, talvez pelo fato de ter começado pelas mãos de um homem da lei, ninguém se preocupou em regulamentar aquela atividade que nascia de uma necessidade.
Agora, o mercado de TV por assinatura, muito mais promissor do que naquela época, virou um jogo grande e está em vias de definir suas regras.
Petrópolis tem 350 mil habitantes, três cinemas, um teatro e, é claro, TV a cabo .
``No início, eram dois arames de alumínio descendo morro abaixo. E com uma bateria e TV no carro, percorríamos as ruas verificando se o sinal estava bom", conta Elias Zeitune, um dos operadores de TV a cabo da cidade.
``Nós mesmos fazíamos os equipamentos e até hoje há gente que ainda faz seus próprios amplificadores de sinal", lembra.
Se o serviço nasceu para que a população pudesse assistir às novelas da Globo, atualmente, as programações de canais como CNN, Cartoon Network, TNT, HBO, Superstation, MTV, MTV Latino e ESPN fazem parte do lazer dos moradores de Petrópolis.
A distribuidora de TV a cabo de Zeitune tem cerca de 1.500 assinantes pagando R$ 30,00 por 20 canais ou R$ 5 para receber o pacote de canais abertos.
Em 85, os operadores de Petrópolis se uniram na ATAC (Associação dos Técnicos em Antena a Cabo).
Foi nessa época também que, segundo Zeitune, foi feito um requerimento para que fosse pago um aluguel pelo uso dos postes de luz para a instalação dos cabos.
``Mas até hoje ninguém pagou nada pelo uso dos postes", comenta.

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