São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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Nova taxa atrapalha reforma tributária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A reforma tributária foi eleita ontem, durante reunião do presidente Fernando Henrique Cardoso com líderes partidários, a prioridade do governo na agenda do Congresso para o segundo semestre.
Apesar da pressa, FHC quer negociar previamente a proposta com os líderes dos sete partidos que apóiam o governo.
Nova reunião de FHC com os líderes do PFL, PMDB, PSDB, PPR, PTB, PP e PL está prevista para a próxima terça-feira -um dia depois da reunião de governadores, em Belo Horizonte.
A estratégia definida no Planalto pretende aparar arestas entre os aliados governistas e impedir que a reforma tributária enfrente a mesma resistência que teve a reforma da Previdência, que acabou paralisada no primeiro semestre por falta de apoio.
O vice-líder do governo Benito Gama (PFL-BA) comparou o atual estágio da negociação da reforma tributária a um "ensaio de orquestra" (ainda não há afinação interna no governo). ``Queremos acabar com este tiroteio", afirmou.
Antes de apresentar detalhes da proposta, FHC já ouviu reações contrárias à volta do IPMF (o imposto sobre cheques), com o nome de CMF (Contribuição sobre Movimentação Financeira) para financiar gastos com a saúde.
Na reunião no Planalto, Benito Gama argumentou que a alíquota de 0,25% da CMF, embora idêntica à do antigo IPMF, é muito alta porque a inflação caiu de 50% para 2% ao mês.
A taxa, insistentemente defendida pelo ministro Adib Jatene (Saúde), ganhou o apoio do governo, mas pode atrapalhar o conjunto da reforma tributária, segundo avaliação dos líderes.
``Isso não vai passar", apostou o líder do PFL, deputado Inocêncio Oliveira (BA).
O líder do PMDB na Câmara, Michel Temer (SP), afirmou que a contribuição complicará a reforma: ``Não queremos mais um apêndice, mas soluções definitivas".
Na semana que vem, junto com os líderes de partidos aliados, FHC vai definir em que ritmo serão encaminhadas as propostas. A reforma da administração pública deverá ficar para o próximo mês.

Estavam presentes à reunião com FHC o secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge, os líderes do governo no Senado, na Câmara e no Congresso, respectivamente Élcio Álvares (PFL-ES), Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), e Germano Rigotto (PMDB-RS), e o vice-líer do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA).

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