São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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Motta prevê votações difíceis

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, disse ontem que as reformas constitucionais defendidas pelo governo serão mais difíceis de serem aprovadas no segundo semestre do que no primeiro.
``Vai ser mais complicado porque teremos muitas reformas. Quem é aliado na reforma tributária pode não ser na reforma do Estado ou na previdenciária", afirmou.
Segundo Motta, as negociações vão exigir uma ``capacidade de articulação muito mais apurada do governo".
Em almoço no Palácio Laranjeiras (no bairro de Laranjeiras, zona sul), o ministro agradeceu aos deputados federais do Rio o ``patriotismo" com que, segundo ele, a maioria dos parlamentares aprovou as reformas econômicas.
Segundo o ministro, ``não se usou mecanismo de troca para a aprovação" das reformas. Uma prova disso, segundo ele, é que as diretorias das estatais de telefonia, as ``teles", foram escolhidas por critérios ``majoritariamente técnicos".
A afirmação foi feita pelo ministro das Comunicações na posse do presidente da Telerj, Danilo Lobo, que foi indicado para o cargo pelo presidente nacional do PSDB, senador Artur da Távola (RJ), amigo de Lobo.
``A diretoria da Telerj é rigorosamente profissional; da Telesp (São Paulo) é quase majoritariamente profissional; da Telepar (Paraná) será profissional; da Telemig (Minas) é majoritariamente profissional", disse Motta.
Ao inaugurar o cabo de fibra ótica entre o Rio e Belo Horizonte, Motta fez uma brincadeira, em telefonema ao governador de Minas, Eduardo Azeredo, em relação às disputas entre São Paulo e outros Estados pela reforma tributária.
``Essa ligação Rio-Minas vai deixar São Paulo cada vez mais de lado. Arrumei uns parentes cariocas e mineiros, por via das dúvidas", disse Motta, convidado por Azeredo para ir a Belo Horizonte comer tutu à mineira, prato típico.
O ministro voltou a defender a aprovação, pelo Congresso, de uma emenda permitindo que o presidente Fernando Henrique Cardoso possa se candidatar à reeleição. Segundo ele, FHC foi ``injustiçado" pela Constituição, que manteve o mandato presidencial de quatro anos sem permitir a reeleição.

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