São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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Tarifa de energia deve subir em setembro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As empresas estaduais de energia elétrica reivindicaram ontem reajuste nas tarifas ou a redução do subsídio ao consumidor residencial e industrial como forma de reduzir as perdas após 14 meses de preços parados.
O governo pediu que elas esperem até setembro para evitar repique na inflação.
Os secretários estaduais de energia elétrica que se reuniram ontem em Brasília reclamaram defasagens nos preços que variam de 23,9% (Bahia) a 33% (Santa Catarina). O IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor do real) fechou em 35,29% em junho.
O governo, segundo o secretário de energia de São Paulo, David Zylbersztajn, não está disposto a falar em reajustes antes de setembro, porque em julho houve um aumento considerável da inflação com prováveis reflexos em agosto.
O ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, compareceu ao encontro para assinar o protocolo que inicia estudos para transferir funções da União para os Estados.
Sobre tarifas, ele afirmou que é preciso avaliar o desempenho das empresas e não somente pedir reajustes ou fim de subsídios.
A tendência, conforme Zylbersztajn, são reajustes parcelados, graduais e concedidos conforme a situação financeira de cada empresa. O secretário de São Paulo afirmou que o governo deve avaliar o impacto dos aumentos na inflação e as empresas a redução dos seus custos.
Todas as companhias de energia elétrica vão terminar o ano com prejuízo se o governo federal não autorizar o reajuste das tarifas ou apresentar uma solução para o setor, afirmou o secretário de Energia do Rio Grande do Sul, Assis Roberto de Souza.
As propostas dos secretários são três: 1) reajuste das tarifas, 2) fim do subsídio ao consumidor residencial e 3) acabar com o subsídio para o setor industrial -empresas de alumínio, por exemplo, para reduzir o impacto psicológico de um aumento de custos ao consumidor.
Hoje, conforme Zylbersztajn, as grandes indústrias pagam tarifas abaixo do custo. A tarifa residencial tem um efeito em cascata com subsídios que variam entre 34% e 82%, conforme o consumo.
Zylbersztajn disse que o governo de São Paulo recebeu o setor elétrico endividado e seria necessário um reajuste de 150% somente nas tarifas da Eletropaulo.

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