São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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Consórcios pedem mais medidas

DA REPORTAGEM LOCAL

A proposta do governo de abrir novos grupos de consórcios com prazos mínimos de 50 meses é vista como a primeira medida para acabar com a paralisia do setor.
A afirmação é de Vitor César Bonvino, presidente da Abac (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios).
``As medidas não são as ideais, mas vamos trabalhar com o que é possível", diz.
A proposta da Abac, diz Bonvino, é que os grupos tenham prazos mínimos de 25 meses, que sejam permitidos os consórcios dos carros ``populares" e os lances de até 30% do valor da dívida do consorciado.
Na segunda-feira passada, o governo anunciou que vai mudar, nesta semana, os atuais prazos dos consórcios. Hoje, o prazo máximo é de seis meses e estão proibidos os lances e os grupos de eletrodomésticos.
Para Bonvino, o lance -proibido desde outubro de 94- é uma das formas de os consórcios captarem recursos.
``Com a inadimplência média ao redor de 10%, o lance é a forma de os grupos conseguirem dinheiro", diz Bovino.
A explicação é que o valor correspondente ao lance vai para o caixa do grupo.
A Abac critica também a idéia de o governo proibir consórcios de carros ``populares".
``A informação é de que o ágio (sobrepreço) nos carros `populares' está reduzido e os consórcios, com prazos longos, não vão acelerar a demanda."
O aceno do governo por mudanças está motivando o setor. Segundo o presidente da Abac, as administradoras já começaram a treinar funcionários para os novos grupos.
Com a restrição dos consórcios, o setor demitiu 20 mil funcionários. Hoje, o setor emprega cerca de 40 mil pessoas.
``Com o desaquecimento da economia, o governo não tem mais motivos para proibir os consórcios."

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