São Paulo, quarta-feira, 2 de agosto de 1995
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FGV divulga lista das 500 maiores empresas do país; Petrobrás é líder

DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobrás manteve a liderança e ficou em primeiro lugar como a maior empresa do país, segundo o resultado da pesquisa ``As 500 Maiores Empresas" deste ano.
A pesquisa é publicada há 25 anos pela Fundação Getúlio Vargas e foi divulgada ontem no Rio.
Apesar das privatizações feitas pelos últimos governos, a pesquisa comprovou o peso que o setor público ainda tem na economia brasileira.
Furnas e Cesp ficaram com o segundo e o terceiro lugar, respectivamente. Apenas a Autolatina, que ficou com a sexta posição, e a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), nona, não são empresas de capital público.
O resultado revelou que, apesar de o setor produtivo estatal responder por apenas 14% do total de empresas classificadas no ranking, ele é responsável por 31% das vendas e 62% do ativo das 500 maiores do país.

Metodologia
A metodologia da pesquisa da FGV mudou a partir deste ano. A pesquisa passou a considerar as variáveis que refletem o porte da empresa (ativo total) e seu poder de mercado (receita operacional líquida).
As variáveis anteriores eram lucro, capital realizado, patrimônio líquido e imobilizado.
Segundo o chefe do Centro de Estudos de Empresas da FGV, Sérgio Gustavo da Costa, houve uma simplificação na medição das maiores empresas.
``Decidimos usar as duas variáveis que refletem com precisão o tamanho das empresas", disse Costa.
Com essa mudança, principalmente em função da saída do lucro dos cálculos, empresas como Furnas e Eletropaulo puderam estar entre as dez primeiras.
A Eletropaulo, que teve prejuízo de R$ 43,699 milhões em 1994, ficou com o quarto lugar do ranking.
Furnas, que não aparecia entre as primeiras há anos, teve praticamente lucro zero (a rentabilidade do ativo subiu de -0,65% para -0,02%), mas ficou com o terceiro lugar da lista.

Rentabilidade
A pesquisa revelou ainda que, de 1993 para 1994, houve um crescimento acentuado na rentabilidade das empresas (de 3,7% para 7,2%).
``É um reflexo da estabilização da economia com o Plano Real. O aumento da demanda permitiu esse aumento de rentabilidade", avaliou Costa.
A liquidez corrente da economia apresentou pequeno aumento (de 1,0% para 1,2%) e o grau de endividamento das empresas se manteve estável (0,5%).
As 500 maiores do país foram tiradas de um total de 2.200 empresas.
Dentro dos critérios usados pela FGV, só participam da pesquisa empresas regidas pela Lei das Sociedades Anônimas, o que deixa de fora dos resultados gigantes como a IBM e a Nestlé.
As empresas que não publicaram balanço a tempo, como a Cargill e o Carrefour, também não foram consideradas.

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